quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O que torna as pessoas felizes:

Não são palavras bonitas
presentes caros
nem dinheiro
mas pequenas ações
isso nos torna mais felizes
chegar de longe para ver alguém querido
esperar a chegada de pessoas queridas
ou vê-las de surpresa
pequenas e singelas palavras
pequenos e singelos atos
gostar e ser gostada por alguém
quem sabe a vida pode se tornar tão bela e florida com os nossos atos?

sábado, 25 de dezembro de 2010

festas de fim de ano

Mais um ano termina e com esse término vem uma pergunta
o que podemos pensar sobre o ano que passou?
imaginamos que somente ocorreram eventos caóticos, desastres naturais, conflitos familiares ou quaisquer momentos ruins
mas devemos parar um instante e refletir algo:
como dizia Viktor Frankl, mesmo nas piores situações de vida há como encontrarmos um sentido que nos motiva. Então, apesar desses momentos de caos, podemos pensar que o ano de 2010 não foi totalmente ruim
Mudanças ocorrem, uns morrem e outros nascem ou renascem, mas a repostas às perguntas que a vida nos faz foram respondidas
Pensamos que as pessoas que morreram foram embora, mas de alguma forma repensamos nossos valores e sentimos a presença desses mesmos entes entre nós
São três os valores a que devemos nos ater: criação, aceitação e atitude
O ano de 2010 foi o ano da copa, das eleições e do término da faculdade entre outros eventos.
Com a morte me dirigi para os valores de aceitação e de atitude
e esse ano não foi muito fácil, mas estou buscando um significado para meu existir.
Bebidas, vícios, dinheiro e poder não são valores a que me dirijo e ainda vou dirigir. Sendo em si mesmos, não conduzem a um sentido da vida a que todo ser humano deve encontrar.
2010 também foi o ano da perda laços familiares, amizades e de relacionamentos
mas as tentativas de estabelecer novas redes já foram realizadas. O ano novo que se aproxima traz novas possibilidades de busca de sentido da vida

um poema para terminar:
os ventos do passado passam por minha face
os ventos do presente passam por meus olhos
os ventos do futuro ainda não passaram, mas já estão chegando
falta uma força de impulso
para que os ventos do futro passem por minha face e meus olhos
tenho uma visão de uma eternidade e de uma imensidão
os ventos passam, vem e vão, ainda virão e a vida passa
passa e se torna sempre um nova vida, um recomeço
grande é a vontade de mudar, de recomeçar
passado
presente
futuro
tudo misturado
tudo junto
tudo perto
e a vida passa como um vento nas areias do deserto em que esse pequeno ser que sou eu
posso atravessar
os ventos do passado passam por minha face
os ventos do presente passam por meus olhos
os ventos do futuro ainda não passaram, mas já estão chegando

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Estranheza

Acordei pensando no que fui e no que vou ser
Acordei tendo consciência de minha fragilidade
Estranhezas à parte, mas eu sou livre e consciente
Posso cheirar o ar do campo e regar as flores com minhas mãos
Sinto-me vivo e isso me é estranho
Estranho o meu olhar
Estranho meu toque
Estranho meu cheirar
Estranho meu falar
Estranho meu ouvir
Tudo me é estranho, mas ao mesmo tempo familiar
Acordei pensando na maravilha da estranheza da vida

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Liberdade e voltar-se para si mesmo:

Dia 13-12-2010
A época atual trouxe algumas mudanças em termos tecnológicos, humanos, científicos, sociais e culturais. Mas essas diversas mudanças influenciaram e ainda influenciam a forma como os indivíduos lidam com o mundo ao redor, com as demais pessoas e consigo mesmo. Em um período que pode ser chamado de Modernidade, o interesse maior era o acumulo de riquezas e capital por parte dos que possuíam essas mesmas riquezas e o capital, preservação da mão-de-obra trabalhadora e regulamentação do Estado e dos governos responsáveis por manter a “Ordem” pré-estabelecida e proteger os detentores do poder.
Com o surgimento de uma era Pós-moderna, como muito bem caracteriza Bauman, começa a surgir uma sociedade de consumo e o capital passa a estar desvinculado de quaisquer mecanismos de regulação territorial e Estatal. Com as mudanças da pós-modernidade, perde-se um sentimento de pertencimento a comunidade. Mas com um consumo cada vez maior, os sujeitos tornam-se individualistas e “estranhos” aos olhos das demais pessoas. A promessa de uma liberdade e autonomia é o que marca a nova sociedade. Mas essa promessa, na verdade, não corresponde a uma verdadeira libertação dos indivíduos. Na sociedade de consumo, todos anseiam obter certa margem de poder para consumir, mas nem todas são totalmente livres para obter aquilo que é oferecido.
O ideal de liberdade torna-se uma nova forma de opressão e de ansiedade a que os sujeitos da pós-modernidade. Um dos principais dilemas da sociedade contemporânea é a perda do sentido de si mesmo por parte do indivíduo que se manifesta no consumo exagerado, nos vícios e no próprio ideal de liberdade. Pessoas que não se enquadram no padrão de consumo e de vivência na nova forma de considerar a sociedade é tido como um “estranho” e a tendência é retirar todos esses sujeitos das fronteiras a que se constituíram na sociedade pós-moderna. Locais fora das fronteiras se tornam moradia para aqueles cujo poder não fora dado. Do ponto de vistas da subjetividade, os cidadãos das grandes cidades tornam-se cada vez mais ansiosos e as diversas neuroses surgem. Mas devido a uma tentativa de controle das reações emocionais advindo de uma forma racional de lidar com a própria e, com outros sujeitos e com seu próprio eu. Entrar em contato com a centralidade ou com o núcleo antropológico do sujeito (dimensão espiritual), conforme autores como Rollo May, Viktor Frankl, Sartre entre outros, é uma necessidade do humano, pois se ao menos não conhecer a si mesmo e lidar com seus próprios sentimentos, não há como o indivíduo total encontrar com o outro. Martin Bubber descreve que num encontro entre dois sujeitos se dá através de uma relação entre o eu e o tu, no caso um sujeito que entra em contato com o outro.
O homem como um ser entra em contato consigo mesmo e possuí uma consciência que o difere dos outros animais, sendo distintamente humana. Entrando em contato consigo mesmo, o ser humano se torna mais consciente. Toda e qualquer manifestação específica do homem o possibilita transcender a si mesmo e refletir sobre sua condição de liberdade no mundo. Não uma “mera” promessa de liberdade através do consumo em si mesmo. Na prática, compreende-se que as pessoas cada vez menos entram e contato com sua interioridade e com as manifestações da dimensão espiritual de sua totalidade. Segundo Viktor Frankl, a busca de sentido é um fim a que as pessoas se dirigem, seja através da criação, da aceitação de uma situação irreversível, da vivência de um grande amor ou causa ao qual luta ou através de uma mudança de atitude perante aquilo que não pode ser mudado.
Rollo May considera que o encontro humano é uma dos meios de que dispõe o terapeuta para que haja uma expansão da consciência e enriquecimento do eu, além de corresponder à principal forma de conhecer o paciente e a si mesmo em uma terapia. Retomando o aspecto da consciência como uma capacidade distintamente humana, o autor faz uma análise a cerca do conceito de inconsciente, descrevendo como ações ou percepções potencias que não podem ou nunca serão realizadas. Na nova forma de sociedade, como o encontro entre dois sujeitos não possibilitado, esses mesmos sujeitos são “estranhos” um ao outro, pois o contato mais direto, autêntico e profundo não é possibilitado. Como descreve Sartre, o homem é livre para escolher seu destino e constitui sua essência como ser. Através da existência o homem constitui sua seu mundo subjetivo, se relaciona com as demais pessoas de forma autêntica. Sendo assim, o homem é responsável pelas escolhas que faz.
Novamente em termos práticos, os sujeitos da pós-modernidade preferem não assumir sua responsabilidade como ser livre. Não vendo sentido em se responsabilizar pelos prejuízos que sua ação possa causar para si mesmo e para os outros. A responsabilidade é dada aos outros, o que torna a ação uma má-fé por parte do sujeito que tem o poder. Os vícios são considerados como uma das formas que as pessoas encontram para aliviar a ansiedade que sempre está presente. Mas como a simples e pura satisfação de desejos e impulsos para o consumo é tomada como um fim em si mesmo, a busca de ideais que estão para além da existência em termos corporais ou anímicos não é possibilitada, o que torna vazia de sentido a vida das pessoas. Concretamente observa-se que a mídia contribui cada vez mais para o processo de perda de sentido de si mesmo por parte dos sujeitos da pós-modernidade. Produtos de beleza, corpos moldados conforme padrões de beleza, carros de última geração entre outros produtos de consumo exemplificam a perda de liberdade e de sentido de si mesmo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Eterna amizade

A amizade é como uma flor
se vc rega a flor ela cresce e se torna bonita
mas se vc não a rega ela morre
A amizade é como uma árvore
se há solo fértil a semente se torna uma árvore grande e vistosa
se não há solo fértil a semente fica guardada debaixo da terra
mas se um dia alguém rega o solo, mesmo com o solo ruim
está semente poderá se tornar uma grande árvore
com frutos e várias flores lindas
que a nossa amizade seja essa flor que desabrocha e essa árvore que cresce, mesmo com as adversidades
e que seja duradoura e com proximidade e que possamos construir mais que uma amizade
uma relação de proximidade

terça-feira, 30 de novembro de 2010

textos viktor frankl 2

Amor: Expressão do contato com a plenitude e o caráter de algo único e irrepetibilidade da pessoa amada.
O amor ou o ato de amar pode ser considerado umas das formas mais plenas e profundas de um encontro entre duas pessoas ou seres-humanos e de dignidade humana. Assim como outras formas de plena realização de valores e de busca de sentido, o amor possibilita ao sujeito intender em direção ao outro em seu “caráter de algo único” e de irrepetibilidade. A plena realização de um encontro de um Eu com um Tu possibilita a ambos entrar em contato com aquilo que é profundo e de grande valor e dignidade. A autenticidade de um relacionamento não está apenas no exercício da sexualidade pura e simplesmente (caráter situacional) nem em uma intenção relacionada ao aspecto erótico de uma relação, mas na plenitude verdadeira e própria. Corresponde ao encontro com o outro (amado(a)) conforme aquilo que este “é” e não naquilo que o parceiro “tem”.
A relação com o “ter” de uma pessoa não é autentica, pois o “ter” corresponde a uma posse por parte do sujeito. Muitos relacionamentos fracassam pelo simples motivo de o sujeito que ama considerar apenas o aspecto do desejo, da beleza física e da atratividade erótica do outro que é amado. Na verdade, não há um conhecimento profundo da personalidade e do caráter de unicidade e irrepetibilidade do outro de si mesmo. Mas mesmo em situações de fracassos amorosos, pode-se buscar um valor e uma possibilidade de realização plena de sentido. Os encontros autênticos entre pessoas que se amam envolvem um dar e um receber mútuo, o encontro íntimo com o outro e uma responsabilidade perante o existir.
O impulso sexual que faz sujeito satisfazer um desejo se encontra dentro de uma condição situacional, pois acabando uma relação ou atividade sexual, o sujeito sente-se impelido a buscar satisfazer novamente esse mesmo desejo, sendo que, nesse caso, o sujeito que se relaciona sexualmente com outrem não conhece em profundidade o caráter único e irrepetível desse mesmo outrem. Mesmo no caso aspecto erótico, a pessoa que ama possui uma intenção em obter algo para si, no caso o ser amado ainda não intende em direção ao encontro, à integra incondicional e ao contato com aquilo que o outro “é” em sua unicidade e irrepetibilidade. O modelo explicativo psicodinâmico apenas consegue abranger o aspecto da satisfação do desejo através do impulso sexual, o que limita o aspecto da profundidade do ser em sua busca pela realização plena de um sentido existencial. Já o modelo existencial proposto por Viktor Frankl visa abordar o sujeito em toda a sua integralidade e totalidade corpóreo-anímico-espiritual.
A responsabilidade do sujeito por um relacionamento é de ambas as partes de uma relação amorosa. Sendo um encontro entre dois seres únicos e irrepetiveis, uma relação amorosa deveria envolver a integra, o compartilhar e a responsabilidade pela escolha do companheiro (a). Há diversos casos em que um relacionamento não se mantém devido ao fato de que o sujeito vê o parceiro ou parceira como uma posse ou um objeto de que se pode ser mostrado. Relações amorosas desse tipo não se mantém por muito tempo, pois o contato eu-tu não é autêntico e apenas um dos aspectos do amor verdadeiro se mantém.
Há três possibilidades de surgimento de uma neurose sexual. Mas antes de descrever essas três formas ou manifestações neuróticas sexuais, cabe mostrar como se dá o desenvolvimento da sexualidade por parte do indivíduo “normal”. Ao longo do desenvolvimento há um momento em que o sujeito se diante do surgimento de uma necessidade sexual que irrompe de forma súbita, invadindo todo o ser desse mesmo sujeito. No primeiro momento, a pessoa visa satisfazer imediatamente a necessidade que se manifesta através de um impulso sexual. Com o decorrer do desenvolvimento, aquilo que correspondia apenas ao campo da sexualidade e de sua pura expressão vai mais, além, passando para o plano erótico. A sexualidade passa a estar relacionada com seu aspecto erótico e o sujeito busca uma ligação com outra pessoa em que os aspectos sexuais, eróticos se fundem e passam a estar relacionados à profundidade do ser e a seu aspecto espiritual. Quando esse mesmo processo de desenvolvimento é interrompido, pode-se dizer que a pessoa está vivenciando uma neurose sexual. Mas não quer dizer que o sujeito esteja doente, mas que a meta principal de sua vida amorosa ainda não fora atingida.
O primeiro caso em que o desenvolvimento da sexualidade pode ser interrompido corresponde aquilo que ocorre em sujeitos ressentidos em termos amorosos. Ou seja, aquelas pessoas, que devido a uma não-correspondência amorosa satisfeita, retornam a um estágio de realização de atividades sexuais puras e simples, sem ligação com um objeto e inter-relação com o aspecto erótico. Exemplo comum é de jovens que conseguem se relacionar com alguém, mas devido a uma desilusão com relação ao parceiro, passam a buscar satisfazer necessidades sexuais imediatas como compensação diante do ressentimento amoroso.
O segundo tipo de sujeito cujo desenvolvimento sexual se encontra comprometido ou não é “normal” corresponde ao resignado. Pessoas resignadas, de alguma forma, se mantêm apenas em um estágio de atividade sexual, satisfazendo desejos através da descarga de impulso sexual. Os sujeitos do tipo resignados temem não conseguir encontrar uma pessoa ou objeto em que o corpóreo e o anímico se fundem e se entrelacem. Fica apenas na satisfação imediata e no gozo sexual, não se dirigem ao aspecto erótico das relações amorosas e nem ao aspecto final de profundidade corpóreo-anímico-espiritual de uma relação amorosa. Por algum motivo, os resignados não saem do estágio inicial da atividade sexual. Esta acaba por não ser a expressão do amor perante o outro. Os resignados não vivem a completude do amor e parecem temer essa forma de relacionamento. O terceiro tipo corresponde ao sujeito não-ativo que é aquele que ainda não atingiram um estado de atividade sexual inicial. São aqueles sujeitos que ainda nem lidaram completamente com a satisfação dos desejos sexuais através da descarga de impulsos sexuais. Ainda se encontram no aspecto situacional do desenvolvimento sexual e do amor. O que se percebe nos casos das neuroses não é necessariamente uma psicopatologia, mas uma não integração dos três aspectos de profundidade e da realização de valor por parte do sujeito que ama. O objetivo da psicoterapia, nos casos descritos anteriormente não é fazer com que o sujeito atinge uma maturidade em termos da satisfação de impulsos e de contato genital entre parceiros.
Na verdade, o objetivo é justamente mostrar ao sujeito que a capacidade de amar transcende ao mero aspecto fisiológico (este é uma expressão do amor), chegando ao aspecto da integralidade-totalidade e profundidade corpóreo-anímico-espiritual. Ou seja, o sujeito que busca tratamento precisa entender que o amor deve ser um valor a ser alcançado e o caráter de uma relação amorosa está justamente na missão a qual o indivíduo visa cumprir. Nesse caso, não é o ato sexual em si, mas o sentido a ser encontrado é o que deve motivar os relacionamentos em termos amorosos. Para finalizar a discussão presente, cabe ressaltar que a neurose diante de uma relação amorosa é expectante, pois está relacionada a expectativa que surge diante do sujeito espera realizar e consumar um relacionamento amoroso, mas que por algum motivo, sente-se paralisado no momento da concretização dessa mesma relação. Mas neurose, de forma nenhuma, corresponde a uma psicopatologia nem a um aspecto doentio.
Além da simples sexualidade, de um erotismo e da relação amorosa existem outras maneiras de o sujeito realizar de forma plena um sentido existencial. Além disso, mesmo com uma desilusão amorosa, pode-se encontrar um sentido para a existência por parte do indivíduo.

textos viktor frankl 1

1): Liberdade de poder-ser do humano:
Desde que nasce o ser é livre e responsável por seu destino. Diante de diversas possibilidades que vêem ao humano, a cada humano somente uma possibilidade realiza o seu ser. O que torna cada ser-humano insubstituível é justamente o fato de que a vida apresenta-se como sendo irrepetível e que há um caráter único na existência de cada ser. O existir humano corresponde a poder-ser, a um ser livre e responsável e à realização de um destino, este não apenas pode ser comparado a um chão sobre o qual o ser pisa, mas um meio de alcançar a liberdade diante da existência.
Em termos de comunidade ou de agrupamentos de massa. O que se deve ter em mente é que não se vive sem um grupo em que se possa amparar, pois a constituição da existência humana depende daquilo que se estabelece em termos coletivos. Mas há muitos momentos em que estar aderido completamente a uma massa de sujeitos faz com que o ser se esqueça de sua responsabilidade diante de sua liberdade. Como ser moral, o humano entre em embate com algo que lhe é determinado, no caso o que a massa determina. A liberdade se realiza mediante um destino que é único e irrepetível para cada humano, não quer dizer que os seres-humanos são superiores, os únicos, melhores e maiores, mas que cada um realiza seu de destino como algo que lhe é único. O passado já foi consumado, mas o sujeito pode reformular sua vida buscando dar sentido ao que já ocorreu ou cair na fatalidade.
Mesmo diante da finitude, do fim de toda e qualquer existência e da proximidade da dita hora “H”, cada sujeito pode encontrar um sentido para seu existir e viver. Como é dito, a morte é o que atribui sentido à existência de cada indivíduo. As pessoas fogem de um caminho a que todos estão sujeitos, se rebela, entra em conflito e não aceitam o fim e a sua chegada, mas esquecem que sua vida é única e que cada momento da vida, cada sentido e cada existir não se repetem. O ser é ser-responsável, pois justamente estar diante da liberdade. Não há uma continuidade de sentido com a herança genética, pois o sentido é de cada pessoa, de cada situação e de cada momento. O sentido que um sujeito encontra ao cumprir determinado destino lhe único, insubstituível e termina com a morte desse mesmo sentido. Não se pode dizer que haja uma continuidade de sentido, pois aquilo que um descendente realiza um destino que lhe é próprio e não é o mesmo do antecessor de cada pessoa. Há uma crença de que o destino escapa à compreensão e ao domínio do homem. Na verdade, não há liberdade sem destino e destino sem liberdade. Os dois estão muito próximos, estando interligados.
2): Ser-humano: aquele ser cuja existência tem caráter de algo-único e irrepetibilidade:
Ao longo da existência como ser-no-mundo, o indivíduo vai constituindo uma essência que lhe é única e um sentido específico a que corresponde à “missão” desse mesmo indivíduo. O sentido não se constitui com algo dado e já constituído previamente, mas deve ser encontra na medida em que o sujeito responde às perguntas que a vida lhe traz. A pessoa busca realizar um sentido ao longo de seu existir, mesmo existindo vários sentidos a serem encontrados, apenas um único e irrepetível sentido é aquele que move todo o ser da pessoa. Realiza com uma “missão” que envolve valores de criação, de aceitação, de altitude, o amor como o contato com o ser-assim da pessoa amada entre outros que conferem a cada ser-humano o caráter de unicidade e irrepetibilidade de cada existir.
Mesmo com o último suspiro, com o chegar da morte, acontece algo único e irrepetível na pessoa, a realização plena de um sentido. Seja em uma simples atividade criadora, aceitando o fim do existir, ou a altitude que transcende o que está dado e consumado, que é a morte. Outra forma de encontrar e realizar um sentido plenamente é o amor, não no sentido de uma simples atitude sexual correspondente ao aspecto puramente corpóreo da pessoa, nem ao aspecto do erotismo que corresponde ao fator anímico do ser-humano, mas ao co-existir e o intender para o ser-assim do outro, a essência e a profundidade espiritual da pessoa que é amada. O amor corresponde ao encontro com o outro em sua profundidade cuja manifestação se dá no corpóreo (primeiro estrato do sujeito) e no anímico. Mas o contato verdadeiro com a pessoa amada se dá justamente na dimensão espiritual dessa mesma pessoa objeto de amor.
Um Eu que se encontra com um Tu em sua essência, mas com manifestações corpóreas e anímicas que não o que caracterizam especificamente essas duas dimensões menos profundas. Toca justamente na camada ou estrato espiritual de si e do outro.. A morte da pessoa amada não acaba com o amor que uma pessoa tem pela outra. Mesmo com o não existir, há uma essência do outro amado que é insubstituível para quem ama e perde a pessoa querida. Outras formas de realizar valores podem ser utilizadas pelos seres-humano ao longo de sua existência, o amor é apenas uma dessas formas, não a principal forma. È o modo como se faz algo e não o fazer propriamente dito que conferem a pessoa seu caráter de algo único e irrepetível. Tantas pessoas que trabalham a semana inteira considerando que apenas trabalhar é o que confere sentido ao existir e chegam em um dia de folga e se encontram com o que mais temem: vazio-existencial e falta de sentido para a vida?
Uma neurose dominical traz para o sujeito um sentimento de falta de sentido e de vazio existencial. O sujeito tenta de todas as formas camuflar esse sentimento, mas não conseguem tal feito, pois mau sabe que há outros valores que dão sentido a seu existir. Atividades não ligado ao trabalho laborioso do dia-a-dia de cada ser-hunano. Pessoas cujo sofrimento é intenso descobrem que ainda pelo e por quem lutar. Sabem que suas criações, mesmo simples e pequenas, aceitam o que lhes é reservado e pensam que há outra pessoa que os esperam, apesar de tudo. Uma situação de aceitação faz com que uma pessoa com sofrimento encontre forças para lutar por algo em sua vida. Quem perde a esperança acaba por pensar que há um destino que foge a seu controle. Mas, na verdade, o destino de cada indivíduo lhe é único, o que lhe confere a liberdade. Destino e liberdade estão entrelaçados de tal forma que dificilmente se fala em um destino comum a todas as pessoas. A liberdade e a responsabilidade perante o destino de cada um é o que confere ao existir unicidade e irrepetibilidade.
Cada momento é insubstituível e tem um sentido único. Cada pessoa por quem se ama também não pode ser substituída, mesmo com o fim da dimensão corpórea, pois o sujeito não é somente corpóreo e anímico, mas também espiritual. Viktor Frankl descreve muito bem como a vida degradante do campo degradante não impede o homem de encontrar um sentido para a vida seja na realização uma atividade, aceitando o fim e tendo por quem lutar e esperar. Os que se deixavam entregar ao sofrimento pereciam e morriam. O estado de apatia por que passava um prisioneiro é comum a todos aqueles que se encontram diante de situações desesperadoras. A decorrente perda de vontade de viver acaba conduzindo um prisioneiro a um total estado de desinteresse perante às possibilidades do viver e do existir.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

viajens por aí...

Esses dias estive viajando por aí
mas cansei de viajar de carro
mesmo assim aproveitei cada momento
vou viajar novamente, mas por agora quero recompor minhas energias
voltar minhas atividades
onde fui é maravilhoso
há tanto parque, museu, praça, verde ar limpo
errei alguns quilometros na estradas, mas andei por vários lugares
cansei minha mãe, por isso vou dar um tempo de viajens
mas ela aproveitou também
fui em lugares interessantes
uns intediantes
outros que me fazem refletir sobre minha vida
encontrei um sentido em minha vida ao apresentar um trabalho no congresso que particpei ao viajar
vi, conversei e contactei várias pessoas
revi conhecidos, parentes e amigos
senti, vivenciei, percebi e vi como a vida realmente é
agora estou voltando para minha realidade
sai de meu cotidiano nessa viajem
voltei às minhas raízes
enfim, viajei por aí...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

desassossego




Sinto um desconforto dentro de minha alma
um desassossego que me acomete dentro do espírito
um desassossego que me invade dentro do corpo
vejo as pessoas andando na rua e passando
vejo as pessoas caminhando na calçada e simplesmente passando
sinto que o tempo me corrói por dentro e por fora
sou o que fui e o que serei em uma única pessoa
escrevo palavras de forma mecanicamente técnica
escrevo palavras de forma tecnicamente mecanica
sou um desassossego ambulante e penso e desassossegar minhas angústias
tudo que vivi dentro de minha alma não passou de simples ilusão
carrego o peso do mundo em meus ombros e uma pena em minhas mãos
apesar do peso, ainda tenho aquela leveza e aquela esperança
esperaça de soltar o peso de meus ombros
desassossego
desassossego
incomôdo
incomôdo
peso
peso
leveza
leveza
escrevo para aliviar meu desassossego
aliviar meu peso do mundo
carrego um peso menor
cada vez mais
até aliviar meu desassossego
o mecânico e o técnico sumiram
a fluídez toma conta de mim
emfim sossego
efim alívio
emfim leveza
sinto uma felicidade gritante
uma felicidade fluída
e espero continuar assim
assossegado
leve
sem o peso
apenas flutante nos meus pensamentos

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Fé rumo ao futuro: Como garantir um futuro seguro, firme e satisfatório.

Na era da sociedade e da modernidade leve e fluída, não se pode mais dizer em uma fé no progresso em termos comunitários e sociais. Os sujeitos passam a depender de seus esforços pessoais para garantir um futuro melhor, mais digno. Considera-se que a fé no futuro é garantida se uma base no presente é mantida pelo indivíduo. De acordo com esse discurso, a culpa pelo fracasso, pela degradação, pobreza e miséria é daqueles que não tiveram essa base de sustentação no presente. No momento em que a sociedade se encontra, não há mais um projeto coletivo de fé no progresso e no futuro, nem mesmo um ideal comum e coletivo de busca de um futuro melhor para um Estado ou nação.
Os esforços para com o trabalho ou labor não são necessários como outrora foram. A própria concepção de trabalho como um esforço corpóreo perde seu sentido, pois os sujeitos se apegam ao que é imediato. A fluidez da modernidade facilita para os “ávidos” consumidores produtos que são consumidos imediatamente à compra. Para os que não podem consumir, nem mesmo o trabalho laborioso e com esforço e suor do próprio corpo é garantia de um futuro digno e próspero. O imediatismo dos consumidores somente se caracteriza pela satisfação pura e simplesmente, não pelo pensamento a longo prazo que possibilita planejar um futuro melhor. O momento toma lugar do que pode acontecer e a instabilidade substitui a garantia de condições mais dignas e prósperas.
A curto prazo, aqueles que consomem tem a sensação de que podem ter, ser e viver a vida que quiserem. O presente pelo menos pode ser garantido, já que não há mais uma sociedade que ruma para o progresso. O que poderá ser feito ou não, na modernidade fluída, depende de uma base segura no momento presente. Mas como ter essa base, se nem o sentimento coletivo de solidez, estabilidade e segurança não mais existe ou não se revela como antes? O Estado não mais garante essa base, nem mesmo o trabalho, o que torna a trajetória de cada sujeito solitária e sem rumos ou caminhos definidos e definitivos. O indivíduo, como diz Bauman, se encontra em um caminho com diversas e longas pontes que tornam obscuro o prosseguir por parte desse mesmo indivíduo.
A modernidade sólida, firme e pesada se caracteriza por um caráter de rumo ao progresso de trabalho coletivo para construir um coletivo mais bem organizado e estruturado. Mas tudo isso somente era possibilitado por um poder forte e de controle da atividade corpórea, dos ritmos e movimentos e do componente temporal e espacial da organização social. Novamente vale se reportar ao aspecto psicológico resultante do imediatismo. Perdendo o rumo diante das possibilidades da existência, o sujeito se vê diante de um grande vazio com que depara. As neuroses existenciais surgem, pois as pessoas não conseguem ver o final das diversas pontes de grande distancia. A pessoa se encontra em meio de diversas possibilidades de consumo, mas não tendo como consumir essas possibilidades, enlouquece, psicotiza e perde a estabilidade emocional com que a maioria das pessoas não podem contar também.
Não há mais volta, mas o que pode ser feito é pelo menos garantir uma base segura e firme com que o sujeito existencial possa se manter não apenas no momento presente, mas ao longo de vida futuro. Mas cada um deve constituir sua base, pois coletivamente falando, a base grupal sólida e estável não é mais tão firme. O existir de cada sujeito é único, o que deveria ser conscientizado por todos. Apenas o aqui-agora não possibilita a realização de um ideal de sentindo e de vida, de forma geral.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O mundo em transformação, re-transformação e des-tranformação:

Vivemos em uma sociedade sem limites para a satisfação imediata e sem conseqüências daquilo que se obtém. A transformação da sociedade fez com os indivíduos não mais pensassem no que poderia acontecer no futuro. O pensamento não está mais focado no desenvolvimento-progresso rumo ao futuro. O presente toma o lugar da busca de melhores condições futuras, não são mais requeridos aspectos da corporalidade para produzir e manter o capital. O que ocorre na passagem da sociedade sólida e pesada para a fluída e leve é o próprio desengajamento por parte daqueles que produzem, o surgimento de uma instabilidade e a liberdade de transito do capital, que agora transita livremente e não depende mais de um força corporal, da rigidez e das fronteiras.
A sociedade atual passa por não apenas uma transformação, mas por um re-transformação e des-transformação, pois se perdeu os valores que outrora estavam presentes em uma sociedade em que todos se encontravam unidos em torno de um ideal futuro. As características mais marcantes desse triplo processo pelo qual o mundo está passando são a evitação das conseqüências dos próprios atos por parte dos indivíduos e o ato de não assumir responsabilidade perante às conseqüências dos atos de obtenção de prazer imediato. O capital sendo livre de amarras, do espaço e do tempo de seu deslocamento junta-se ao imediatismo e ao pensamento de que o que pode ser feito imediatamente no presente.
Anteriormente, os donos do capital se utilizavam da força corporal e do controle rígido das estruturas fabris para manter o capital. Agora, nem se precisa mais da força corpórea nem do controle rígido. Os donos do capital, na modernidade líquida, nem desejam que os produtores estejam a seu alcance. Movimentam-se rapidamente, com facilidade e agilidade e fundem em espaços reduzidos em que o capital pode ser cambiável. O sujeito pode estar em qualquer lugar rapidamente, sem precisar esperar por uma oportunidade de terem que esperar uma mudança de sua condição social. A transformação ocorreu justamente pelo fato de que a modernidade se liquefez, estar mais leve e solta e de ter surgido uma instabilidade perante o futuro. A re-transformação ocorreu devido ao fato de que o capital tornou-se cambiante e mais leve e fluído e a des-transformação surge através da ruptura com o ideal de sociedade de união, de solidez e de preocupação com o futuro de uma nação como um todo. No caso de re-transforma sempre ocorrem mudanças que culminam em uma mesma perda, apesar de ocorrer uma transformação, os problemas sociais se repetem em uma proporção inimaginável.
Do ponto de vista psicológico, essas mudanças repercutem no modo como o sujeito lida com os momentos de sua vida. Pensando apenas no presente e na satisfação imediata, o sujeito se exime do que pode acontecer em termos futuros quando faz sua escolha de viver apenas para o agora. A responsabilidade é inerente a toda e qualquer escolha livre que a pessoa faz. Que sentido há em se dizer que agora as pessoas são livres se não assumem responsabilidades por ações indevidas? É a liberdade de chegar a um destino rapidamente, do desengajamento e da instabilidade? E como ficam aqueles que não têm condições de consumir?
Se as perguntas não possuem resposta, é por que os valores da vida em sociedade foram desconstruídos e a des-transformação surgiu. Neuroses de falta de sentido, falta de valor existencial e práticas de extermínio da própria vida são apenas algumas conseqüências psicológicas desse triplo processo de mudança social. Os donos do capital nem desejam que os “neuróticos” produtores interfirem na liberação e intercambio de capital. O produtor sofre psiquicamente por não ter perspectivas diante do futuro de seu existir e viver.

sábado, 30 de outubro de 2010

seca mental

Sinto-me seco, como se estivesse em um grande areal com o sol estatelante me ofuscando a vista. Sem mais água para me saciar a sede e alimento para encher a barriga que ronca, ronca e treme. Deve ser a vida que exige tanto, que me cobra. Sinto-me seco por dentro e por fora, tenho como sair desse grande areal, mas não sei se vou me manter vivo ao tentar voltar para o imenso jardim com cachoeiras imensas, águas limpidas e com aves que cantam e cantam sem terminar. Desejo sim voltar ao paraíso perdido, mas por enquanto, sinto-me fraco, pequeno e sem forças diante desse deserto que me assola. Mas um pensamento me ronda a mente: se posso ser diferente, então por que não sair desse deserto rude, cheio de espinhos cortantes de cactos duros. Se acredito em Deus, posso ter apenas uma certeza: de que vou sair desse deserto e chegar onde puder próximo do imenso jardim. Esperança tenhos, mas força e vontade ainda me faltam. Mas a cada passo saio do imenso deserto e do areal com cactos espinhosos. Endureci, embruteci e me fechei, mas sgora tenho a minha frente um caminho de volta a meu paraíso perdido.
Acredito em cada passo diante da vastidão. Vejo as pessoas a meu lado me trazendo força e esperança. Me levanto e volto para trás com a certeza de que encontrarei novamente meu por-seguro e meu chão. Enfim, meu jardim.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sentimentos vivenciados por mim nesses dias:

Nesta semana consegui entrar em contato com vários sentimentos. São tantos, mas posso descrever apenas alguns. Diante da impossibilidade de poder ajudar meu irmão e minha mãe na melhora de seu adoecimento, senti-me impotente e culpado, além de medo de perder pessoas tão importantes para minha, meu existir e meu ser. Foi uma semana atribulada, repleta de acontecimentos que transcenderam o meu controle. A onipotência anterior foi substituída por um movimento de potencia, mas que nesses dias, se confundiu com a impotência, pois os fatos ocorridos não dependeram de meu controle onipotente diante dos fatos de minha vida.
Surpresa foi quando recebi um amigo que me presenteou um livro. Surpresa foi ver que nem todas as pessoas precisam necessariamente estar presentes no momento que eu gostaria que estivessem a meu lado. Angústia sinto diversas vezes, mas apesar de sentir essa mesma angústia, não há como definir especificamente um momento de angústia em que eu vivenciei. Raiva senti diversas vezes, mas procurei entender que a raiva não me leva a lugar algum, pois é um sentimento relativo. Pode-se sentir que foi traído por ex-colega por ele não ter comparecido a minha comemoração de aniversário, mas depois a raiva se dissipa, desaparece e deixar lugar a uma satisfação, a um sentido para mim.
Desconfiei da fidelidade de meus ex-colegas quando não foram comemorar comigo uma data importante.
Mas o mais interessante é que foi possível receber felicitações por parte de pessoas que não haviam comparecido, mas outro fato diz respeito a visita de um amigo meu e de parentes. A raiva foi relativa, pois eu voltei a ficar feliz e alegre novamente, o relativismo desse sentimento fora mais bem identificado e percebido nesses dias. A culpa foi forte durante certos períodos, mas os eventos ocorridos não dependeram de meu controle, então qual o motivo de me culpar? O que eu poderia ter feito era ter pensado um pouco mais nas necessidades de meus familiares não teria ocorrido tanto pesar, desgosto e a presença da culpa, da vergonha com relação aos outros, em especial minha mãe e meu irmão. Todo e qualquer sentimento que invade meu ser pode-se identificado em outras pessoas, somos todos sujeitos que não podem negar sua faceta afetiva, seus sentimentos e quaisquer manifestações do ser-humano. Não valorizei o que realmente deveria valorizar, as pessoas mais próximas de mim.
A felicidade surge menos se espera. Peguei meu diploma universitário e fui buscar minha carteira de psicólogo. Senti que mais uma etapa foi concluída. Posso alcançar muito mais em minha vida. Mas sair de casa rumo ao mundo do trabalho é algo importante para qualquer pessoa. Momentos alegres surgem, o que nos impulsiona para continuar nossa trajetória existencial.
Consegui um trabalho voluntário e irei atender vítimas de violência. Vou desenvolver minha postura de escuta clínica e aprender cada vez mais. O contato com outras pessoas me possibilita desenvolver o que mais preciso fazer: ser um continente, acolher o indivíduo que surge diante de mim, aprender a escutar mais do que dizer algo, lidar com minhas frustrações e dar o melhor do que posso oferecer. Desenvolver com cada sujeito um novo modo-de-ser-estar e ficar.

sábado, 23 de outubro de 2010

a liberdade de poder-ser do humano

Data: 23-10-2010.
1): Liberdade de poder-ser do humano:
Desde que nasce os ser livre e responsável por seu destino. Diante de diversas possibilidades que vêem ao humano, a cada humano somente uma possibilidade realiza o seu ser. O que torna cada ser-humano insubstituível é justamente o fato de que a vida apresenta-se como sendo irrepetível e que há um caráter único na existência de cada ser. O existir humano corresponde a poder-ser, a um ser livre e responsável e à realização de um destino, este não apenas pode ser comparado a um chão sobre o qual o ser pisa, mas um meio de alcançar a liberdade diante da existência.
Em termos de comunidade ou de agrupamentos de massa. O que se deve ter em mente é que não se vive sem um grupo em que se possa amparar, pois a constituição da existência humana depende daquilo que se estabelece em termos coletivos. Mas há muitos momentos em que estar aderido completamente a uma massa de sujeitos faz com que o ser se esqueça de sua responsabilidade diante de sua liberdade. Como ser moral, o humano entre em embate com algo que lhe é determinado, no caso o que a massa determina. A liberdade se realiza mediante um destino que é único e irrepetível para cada humano, não quer dizer que os seres-humanos são superiores, os únicos, melhores e maiores, mas que cada um realiza seu de destino como algo que lhe é único. O passado já foi consumado, mas o sujeito pode reformular sua vida buscando dar sentido ao que já ocorreu ou cair na fatalidade.
Mesmo diante da finitude, do fim de toda e qualquer existência e da proximidade da dita hora “H”, cada sujeito pode encontrar um sentido para seu existir e viver. Como é dito, a morte é o que atribui sentido à existência de cada indivíduo. As pessoas fogem de um caminho a que todos estão sujeitos, se rebela, entra em conflito e não aceitam o fim e a sua chegada, mas esquecem que sua vida é única e que cada momento da vida, cada sentido e cada existir não se repetem. O ser é ser-responsável, pois justamente estar diante da liberdade. Não há uma continuidade de sentido com a herança genética, pois o sentido é de cada pessoa, de cada situação e de cada momento. O sentido que um sujeito encontra ao cumprir determinado destino lhe único, insubstituível e termina com a morte desse mesmo sentido. Não se pode dizer que haja uma continuidade de sentido, pois aquilo que um descendente realiza um destino que lhe é próprio e não é o mesmo do antecessor de cada pessoa. Há uma crença de que o destino escapa à compreensão e ao domínio do homem. Na verdade, não há liberdade sem destino e destino sem liberdade. Os dois estão muito próximos, estando interligados.

de vendas do pré-sal a bolinhas de papel e fita-crepe na cabeça parte 3

Vamos ser honestos: tanto ricos como pobres não têm chances em um país em que a política vira palco de acusações mútuas e “pseudo-soluções” de interesses. Apesar de uma pessoa com deficiência de classe social mais baixa ter acesso, transporte e uma aposentadoria que lhe possibilitar “sobreviver” e de poucos terem melhores condições financeiras para se manter mesmo com a deficiência, todos perderam a perspectiva de democracia. Não é a questão financeira que deveria distinguir as pessoas, mas o direito de escolha, de ter o que necessita, precisa e anseia é que deve estar em jogo nessas eleições. Todos somos cidadãos de direito, mas uns ficam “reclamando da vida” e outros “consumindo exageradamente”, ao invés de pensarmos no econômico devemos pensar no que deveria realmente estar em jogo em termos democráticos.
Não é uma simples solução para o “grave conflito” político de nosso país. Posso ter melhores condições financeiras, mas como faço para trabalhar, ir a uma instituição prestar um serviço e sair de minha residência quando meu carro adaptado passa por reparos? Posso tentar sair de minha casa, de minha proteção ilusória e andar pelas ladeiras de meu bairro. “De nada adianta explicar minhas dificuldades, minhas angústias, pois sou tido com “elite desse país”

de vendas do pré-sal a bolinhas de papel e fita-crepe na cabeça parte 2

O interesse de ambos os políticos que estão concorrendo à presidência do Brasil é estar diante do poder e encerrar uma carreira de títulos políticos justamente no comando de uma nação, de um Estado que já foi alvo de diversas tentativas de roubo de dinheiro público, de escândalos e de tantos atos sem moral, valor e dignidade perante aos cidadãos brasileiros. “O pior dessa estória toda” é que ambos os políticos se acusam mutuamente sem que haja consenso e uma disputa de igual para igual. É ridículo saber que ainda há compra e venda de votos em nosso país e que ainda há pensamentos sobre tendências comunistas por parte de políticos. Psicologicamente, eu me sinto frustrado, angustiado e sem o que fazer diante de “tanto falatório”, de saber que meu pai confiou durante tantos anos em um partido e de ter morrido com a tristeza de não termos mais esperança política e democrática. Além disso, me sinto isolado, desprotegido e sozinho, pois não me foi possibilitada uma vida melhor em termos de políticas inclusivas que deveriam ser realizadas na prática.

de vendas do pré-sal a bolinhas de papel e fita-crepe na cabeça

O Brasil está passando pelo período da dita "maior festa democrática", ou seja, pelo momento em que os eleitores são bombardeados por números de chamadas de deputados, governadores e outras figuras como "tiriricas da vida". O que fazemos diante de dois políticos que se acusam? Um tucano que se vê diante de uma bola de papel e de uma fita adesiva na cabeça e uma petista que acusa o outro lado de "vendedor de pré-sais da vida para estrangeiros". A nossa democracia se encontra diante de um dilema: em quem acreditar, em qual dos dois jogar fora ou não seu voto. A candidata do PT pretende continuar oferecendo bolsas-família e casas, esgoto e possibilidade de mudar um pouco o seu padrão de vida. O tucano acusa a primeira pelos mensalões e desastres políticos, mas também abandonou cargos políticos, cometeu atos ilícitos e governou apenas São Paulo.
Uma coisa eu sei: o que fizeram por nós, pessoas com deficiência e por outros tantos que precisam de equipamentos motorizados, auditivos, eletrônicos e tantos outros facilitadores da vida e sobrevivência?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O que me aconteceu

O que aconteceu comigo?
Será que me perdi em mim mesmo?
Será que me encontrei em mim mesmo?
O que aconteceu comigo?
Tanto sofrimento, tanta angústia
Tanto pesar, tanta tristeza
O que aconteceu comigo?
Sinto o tempo cronológico me derrubando, mas me transcendo no tempo de minha existência.
Afinal o que aconteceu?
Será que estou ficando mais velho?
Será que estou voltando a ficar mais novo?
Sinto a vida me levando e o tempo me consumindo, afinal sou um humano, um adulto, um Homem.
Não mudei por apenas acreditar em manter o que sempre acreditei, o que acreditava ser o melhor, o mais seguro modo-de-ser.
E a base em que me mantive até agora?
Como faço para sair desse conflito que me assola?
Estou me transformando, estou me modificando, estou me revelando
Para que tudo isso?
A vida, a existência e minha efêmera passagem por esse mundo dependem de minha mudança, de meu transformar e de meu desabrochar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

relacionamentos

Quero compartilhar uma tristeza com vocês
ando discutindo bastante com minha mãe esses dias
sei que os motivos são "bestas", "sem cabimento" e com falta de razão
mas algo eu sei: não quero continuar assim, bastaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!
preciso melhorar de alguma forma, pois preciso de minha mãe mais do que nunca, principalmente por ter perdido meu pai ano passado
sinto-me péssimo por deixar meu irmão e minha mãe tão descontentes, tristes e sem paciência comigo
Acredito ser uma boa pessoa, que pode mudar o rumo de sua própria vida, mas para isso basta pequenas ações minhas. Desejo sim trazer uma vida melhor para mim e para minha família, mas deslizei nesse momento apenas por ter teimado com minha mãe, pois preciso reconhecer seus sentimento, me por no lugar dela, trocar meus olhos com os dela, me ver como ela me veria e vice-versa.
Preciso de respostas, mas também de paciência para entender o ponto de vista de minha mãe.

sábado, 25 de setembro de 2010

Por um mundo com ações e não com palavras:


Atualmente ouvimos muitos discursos vazios, “verborréias” e retóricas por parte de pessoas que surgem nos meios de comunicação de massa. E o que acontecem com as ações, com os pequenos atos e com a vida concreta do ser-humano e com a nossa existência na Terra. Catástrofes, pessoas morrendo de fome por distribuição irregular e indevida de alimentos, queimadas e outros eventos que o sistema social, econômico, cultural e político atual trouxe. Políticos e outras autoridades discursam nos meios de comunicação de massa, pedem votos e prometem mudar a nossa vida. Mas como podemos acreditar nesses discursos sem ao menos termos a certeza das verdadeiras intenções dessas autoridades?
Chegamos a uma era em que o dinheiro, o lucro e o capital se tornam mais importantes do que a vida, o mundo e as pequenas ações das pessoas. Vejo nas ruas pessoas dormindo em caixas de papelão, pedindo esmola por troca de dinheiro para abusarem de drogas. A solidez de nossa sociedade trouxe consigo pessoas estranhas que não estão preocupadas com esses sujeitos espalhados pelas ruas. Paremos para refletir um momento sobre tudo o que fora feito por nós até este momento e passemos a buscar olhar para as belezas da natureza da natureza, para a força desse grande ecossistema que é nossa Terra.
A nossa ação vale mais do que nossos discursos, “falatórios” e “ladainhas” sem valor na prática. A igreja nos ensina a dar mais valor à vida do que ao dinheiro? Mas se não fazemos isso, daí surgem as doenças psíquicas, as devastações naturais e os desastres financeiros e econômicos. Vamos lutar para melhorar nossa vida no planeta, não para destruí-lo, devastá-lo. Somos parte de algo maior, de algo que nos transcende, mas que está em nós também. Começamos com pequenos atos, com ações concretas e com um espírito mais aberto. Plante pequenas árvores, converse com uma pessoa com deficiência física, ensine alguém com dificuldades nos estudos, trabalhe sem estresse, pratique atividades físicas e deixe de votar em políticos corruptos, enfim, seja parte de um cosmo maior que é a sua existência nessa vastidão do Universo. Não pense que suas ações são destituídas de sentido, razões, motivos e quaisquer relações com o mundo ao seu redor. Muitas vezes, precisamos de uma palavra, um gesto feliz e alegre e um abraço, ao invés de bens materiais. Estes são importantes, mas não tanto quanto as ações no aqui-e-agora.
O mundo pode sim renascer, basta que façamos algo para que a natureza retribua nossos esforços. Ações valem mais do que palavras. A exatidão não é o interesse principal desse escrito, mas o que podemos fazer através do que foi exposto.

domingo, 12 de setembro de 2010

Angústia cont...

Luíz da Silva perde seu rumo quando se vê sem sua amada Marina, principalmente por vê-la nos braços de Julião Tavares, este com quem está ressentido e não suporta ver perto da moça. Tenta dormir noites e noites em vão. Perde dinheiro e não paga os aluguéis do local onde reside. Deseja matar um vizinho que diz estar atrapalhando o seu dormir. Planeja tentar reatar com sua amada e beijá-la, além de ver seu rival enforcado. O seu estado de confusão mental faz com que dconfuda realidade com a imaginação. Perdeu o sentido de sua vida, perambula pelas ruas e fica horas imaginando o que as pessoas ao seu redor poderiam estar fazendo, principalmente Marina e Julião Tavares. Sente raiva, ódio, deseja matar, tudo isso em seu pensamento. A confusão mental se instala e seus movimentos existenciais concretos não possibilitados a não ser que pudesse externalizar seus sentimentos e fazer algo concreto para lidar com suas frustrações. A angústia patológica invade seu próprio eu e não vê outra alternativa a não ser beber,fumar e perambular pelas ruas, além de conversar com pessoas comuns e sem interesse por seus assuntos. O pai de Marina conversa com ele e lhe pede para não se casar com a moça. Mas ele pensa em reatar com Marina. Mas não traz para o plano da ação concreta. Sente uma ansiedade antecipatória que os faz sair perambulando e procurando ver o que Marina e Julião poderiam estar fazendo intimamente. A ansiedade não deixa Luíz dormir em paz e lhe prejudica. Não sabe se concretiza ou não suas intenções.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Angústia cont...

Luiz da Silva era um homem que esnobava das pessoas mais simples, com nível intelectual mais baixo, considerando essas mesmas pessoas de forma preconceituosa. Mas não era membro de academias ou universidades como o homem de quem tanto odiara, Julião Tavares. Escrevia sonetos, lia livros com conteúdo não muito bom, ficava sentado, fumava e olhava os vizinho com os olhos entreabertos. Começou um romance com Marina. Desconstrói a Marina verdadeira e cria uma conforme sua mente concebia. Um dia não resiste e beija Marina de tal forma que os seios desta ficam descobertos. Percebe-se o estado de confusão mental do protagonista quando desfragmenta as partes de Marina e as reconstrói de forma distorcida. Diversas noite se encontra com Marina e é tido por isso como um lobisomen por justamente atacar sua vítima durante a noite. Marina decide contar aos seus famíliares que pretendia se casar com Luíz, mas este não concorda muito com a idéia, mas acaba sedendo. Imagina o que deveria dar à moça de presente, gasta economias para lhe oferecer bijuterias, mas a encontra conversando com Julião Tavares, o que lhe traz muita raiva e ressentimento.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Angústia cont...

A personagem do livro de Graciliano Ramos vive, sofre e sente dentro de seu psíquismo, o que lhe traz marcas físicas, pois não há a externalização daquilo que aflige o protagonista. Luíz da Silva possuí um intelecto acima de outras e reclama quando encontra pessoas que não possuem essa mesma capacidade desenvolvida. Conhece uma moça, Marina, mas que ainda sente como sendo um incomodo. Diz ser "travado" perante às mulheres e que é bruto diante de assuntos amorosos, pois sua origem é do campo. Faz serviços em uma repartição, escreve poemas que não publica posteriormente e exerce funções externas sem que haja animo e esforço pessoal para tal realização.
Luíz da Silva representa traços tipicos de uma psicopatologia cujos sintomas são fonte de sofrimento psíquico e de reações físicas. Mas para os olhos de uma sociedade que vive de aparências, cada pessoa que surge no caminho de Luíz da Silva é vista como apresentando algum defeito. Percebe-se que a personagem principal do livro, projeta em outras pessoas suas frustrações, angústias, aflições e características que são suas devido ao adoecimento psíquico.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Angústia

Estou lendo livro Angústia de Graciliano Ramos e já percebi alguns pontos que vou comentar nesse espaço de reflexão. O personagem central do conto acorda depois de dias de sombra e escuridão, mas ainda não se recupera totalmente. Sente-se fraco, com suas mãos enrugadas e velhas, o que não lhe permite escrever como antes. Conta que já havia escrito diversos textos em sua repartição. Criticas aos sistemas políticos vigentes. Mas o que lhe perturba o tempo todo são as lembraças de seu passado que invadem a sua mente sem conexão umas com as outras e que surgem ao mesmo tempo. Anda nas ruas, conversa com pessoas conhecidas, recolhe-se a noite e começa a pesar em sequências de palavras, mas que não são continuadas. Vê-se diante de sua própria morte e das entranhas da terra que o consomem. Vem uma imagem inicial de seu passado no campo, das pessoas que fizeram parte de sua vida, principalmente seu pai que é lembrado através da descrição de uma cena em que é jogado em um rio de grande profundeza em que fora afogado e aprendeu a nadar. Lembra-se também da morte de seu pai em que não chora e se isola em um canto da fazenda. Conversa com um amigo que folheia o jornal com os dedos e critica o sistema político. Seu corpo se move, ma a sua interioridade está frágil. Desempenha o papel do cidadão que convive e trabalha, mas com uma mente perturbada, distorcida e que pensa na morte sua e de seu pai. Fala no purgatório onde se localiza seu pai. Enfim, começa a sofrer sua própria angústia, finitude, está para-a-morte. Surgem no protagonista sintomas de uma patologia que se refletem no seu corpo. A consciência do ressentimento, no caso do protagonista, lhe traz determinados sintomas que se manifestam no corpo físico desse mesmo sujeito.
Revive tão intensamente os conflitos psicopatológicos, mas não os externaliza, tornando sua existência um tormento verdadeiro.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sentimentos

O que estou sentindo nesse momento de minha vida é um misto de saudosismo, esperança, vontade de estar em outro lugar, imenso sentimento de perda e vontade
de recomeçar e de reconstruir a minha existência. Preciso reinventar, redescobrir/descobrir uma vida de sensações, experiências e sentindos não outrora vivenciados por minha pessoa, pelo meu ser, por meu próprio eu. Não venho aqui para reproduzir autores literários, nem para declamar poesias e ser pseudo-intelectual. Venho aqui como a pessoa que sou, para ser eu mesmo. Saber o que quero, quem sou eu, o que eu desejo ser, desejo vivenciar, experimentar e ver, além de descobrir. Posso não ser tão eficiente do ponto de vista da conversa, da comunicação oral. Para falar a verdade, nem pretendo ser esse "bom comunicador", mas preciso comunicar através da escrita o que toca o fundo de minha alma. Viver, amar, relacionar, preciso descobrir tudo que ainda não tive oportunidade de experimentar. Sou inexperiente no amar, no me relacionar, em relação ao que é o humano. Vivi pouco para os sentimentos, mas desejo, amo, sinto, percebo, sou humano como qualquer outro. Quero muito, desejo intensamente, mesmo que brevemente. Espero sentir o que é ser um ser humano em toda sua imensidão, em todo seu esplendor; Toda minha transcendência é movimento e tudo se move rapidamente dentro de mim é transcendência.

domingo, 15 de agosto de 2010

Amiga especial

Amigos, o que dizer sobre amigos?
Posso dizer tanto sobre amigos
São diversos, distintos e únicos
Não apenas nos confortam
são o nosso continente
Não importa a distância
sempre estão conosco
podemos contar com eles
sempre nos dizem algo para levantar nosso astral
Tenho uma amiga leal, sincera e boa gente mesmo
Sei que posso contar com ela e com os seus comentários
Adrielle obrigada por ser minha amiga
Espero nos vermos em breve
vc me deixa mais alto astral
do seu amigo do coração Otávio

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

indignação

Escrevo em poucas palavras o que me aconteceu esses dias e trago um desabafo e uma indignação para quem visualiza meu espaço de discussão. Escolhi namorar moças não-cadeirantes e expus essa minha preferência em uma comunidade do Orkut. Abri-me e expus minha intimidade, até aí cometi erros e sei que posso ter sido ingênuo. Mas como achei que na comunidade haveria espaço para uma discussão saudável e madura, me abrir dessa forma. Quais foram as conseqüências desse comportamento inadvertido, porém sincero e transparente? Fui chamado de arrogante, preconceituoso entre outros estereótipos. Fiquei arrasado e recorri a escrever um texto mais intelectual e maduro para tentar reparar o mal entendido. Fui novamente rechaçado. Consideraram-me pseudo-intelectual e de arrogante, além de imaturo e infantil.
O Orkut não é um espaço para discussões respeitosas e maduras? Até que ponto podemos confiar neste espaço de diversidade? Passei a desconfiar mais da diversidade e das pessoas que freqüentam as comunidades do Orkut. Temos que tomar certos cuidados quando expomos nossas preferências, intimidades e outras manifestações tão pessoais de nossos mundos privados e de nossa existência peculiar. Podemos entrar em nossas próprias armadilhas e nossas próprias pretensões e desejos. O julgamento dos demais membros da comunidade e o nosso ambos passam influenciaram a percepção que tínhamos uns dos outros. Manifestações infantis, falta de respeito e mal entendidos foram desnecessários, pois poderíamos ter sido mais autênticos.
Fica esse questionamento para todos.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

sexualidade

Dia 05-08-2010

As deficiências físicas que surgem devido a lesões que paralisam parcialmente ou não funções, trazem uma série de efeitos não apenas biológicos e físicos, mas também, influenciam psicologicamente a pessoa que deve lidar com essa mesma deficiência a que se expõe. Outra identidade deve ser constituída a partir de uma série de limitações que repercutem na auto-estima e na imagem corporal do deficiente. Devido a lesões em segmentos da coluna vertebral, especificamente na medula espinhal, movimentos que antes eram realizados passam a ser limitados, em muitos casos pode haver uma paralisia total e perda de sensibilidade, mas em outros apenas uma paralisação parcial que pode ser tratada com atividade sexual. Mas devido a um “afastamento” do ideal de beleza e estética que o grupo social impõe ao deficiente, há a crença de que houve uma perda da sexualidade por parte do sujeito com a nova condição em que se encontra.
A pessoa com deficiência tem uma auto-estima baixa e sente-se inferiorizado, principalmente por acreditar que não pode satisfazer afetivamente e sexualmente alguém com um corpo que também acredita ser assexuado e que não corresponde ao padrão de beleza e sexual que a sociedade impõe. Acaba introjetando valores, normas e regras relacionadas ao modo como o grupo social considera a corporeidade e a sexualidade juntamente com a sua satisfação sexual fisiológica e imediata e outros representantes da beleza externa. Há um medo de que a pessoa com deficiência venha a ter descendentes também deficientes e que não haja uma correspondência entre a condição em que o sujeito se apresenta e a realização de uma prática sexual que corresponda ao padrão de “coito” que a sociedade espera de qualquer sujeito. Outras formas de se satisfazer e satisfazer outra pessoa sexualmente são consideradas socialmente permissivas e não são nem consideradas pelos demais indivíduos. A resposta sexual de um sujeito com deficiência não sendo aquela esperada socialmente
Mesmo em uma condição de dependência e de perda de funções importantes por parte da pessoa com deficiência, a sexualidade ainda pode ser desempenhada e exercida, pois corresponde a uma forma de satisfação e de constituição de uma identidade por parte do sujeito. Jovens adolescentes e com deficiência física apresentam maiores dificuldades para constituírem uma imagem corporal, pois com a convivência é restrita ao mesmo grupo de pessoas com deficiência e não experimentam contatos com outros grupos, além de desenvolverem poucas relações afetivas com outros pares. Acabam por terem acesso a práticas educativas e de treinamento para lidarem com os riscos que as relações sexuais sem proteção. No caso das mulheres, a exigência quanto ao padrão de beleza constituído socialmente é ainda maior. Espera-se que possa ser fisicamente bela e atraente para que venha satisfazer sexualmente um parceiro em potencial. Complica-se mais ainda quando a mulher tem uma deficiência. O corpo desta é percebido como sendo inferior devido às perdas e marcas visíveis e são esperados reposta e desempenho sexuais com mais freqüência e intensidade de ocorrência.
Lembrando que a sexualidade não se resume apenas ao ato do sexo e satisfação, mas a fatores psicossociais, às emoções e outras manifestações de amplitude maior que repercutem psicologicamente no sujeito com uma condição característica que limita apenas o aspecto físico, mas não os desejos, as necessidades e os interesses de cada pessoa e da cada sujeito, seja com ou sem deficiência, pois a própria sexualidade, acreditam autores, não acaba, ainda está presente e pode ser vivenciada e experimentada de uma nova forma, pois o motivo de se constituir uma nova identidade que não nega a anteriormente constituída pelo sujeito.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

modernidade

Dia 02-08-2010

A modernidade em que a sociedade se encontra atualmente, diferentemente daquela em que os pensadores críticos se inseriam, era considerada pesada, sólida e sistêmica e sua principal característica era uma homogeneidade compulsória em que não havia espaço para autonomia, liberdade, autodeterminação e decisão por parte do sujeito. A modernidade contemporânea não fez com que a reflexão e a crítica fossem retirados, mas o seu modo de funcionamento ocorre através da “hospitalidade” à crítica. O padrão contemporâneo é de acampamento, ou seja, o espaço é possível se a pessoa tem como ocupá-lo e possuí renda para utilizar de sua localidade. Não se critica a organização e administração do espaço de utilização, mas apenas ameaças à individualidade são reivindicadas pelos usuários do acampamento. Se paga o preço dos serviços individualmente e apenas questiona-se o momento de invasão e desrespeito a individualidade. A modernidade atual é mais leve e solta, mas liquefeita e menos homogênea e com normas compulsórias e rígidas e menos condensada e sistêmica, como era anteriormente. Não que a sociedade tenha desaparecido, mas que agora, o sujeito depende mais de seu auto-aperfeiçoamento e de seu próprio pode escolha e decisão do rumo que deve tomar. A liberdade torna-se mais ampla por parte dos sujeitos e a antiga ilusão de modernidade entra em colapso e declínio. A ilusão de um fim no caminho em que se anda foi substituída por uma incerteza sobre como será daqui para frente.
A incerteza, a dúvida, o questionamento tornam-se mais freqüentes nessa nova forma de se considerar a sociedade moderna atual. O que se sabe é que o sujeito, no momento atual, deve buscar assumir os riscos de uma escolha que faz. Não há mais um término do caminho e uma segurança fornecida pela sociedade. O sujeito não é considerado da mesma forma do que anteriormente era considerado. Cada membro passa a ser considerado um indivíduo e o que constituí agora a sociedade é essa mesma individualidade que passar a ser considerada na modernidade líquida. Surgem outras características da modernidade atual: desregulamentação, privatização de tarefas e deveres. Mas outro aspecto foi mantido e corresponde à emancipação de camadas baixas e média da sociedade. O que se pode concluir sobre o que foi dito anteriormente é que a liberdade foi alcançada, mas de uma forma diferente daqui era concebida, visada e almejada em outros períodos de consideração da modernidade. O caminho a ser traçado e escolhido com relação à sociedade cabe ao sujeito individual ser escolhido e tudo o que for decidido pode ou não afetar a individualidade de cada sujeito. Mas que liberdade é essa que surge? Não se deve esquecer que a liberdade pressupõe para se constituir certa dependência de normas e regras de controle sociais.

sábado, 31 de julho de 2010

Liberdade:

Dia 31-07-2010

Liberdade:

O que é falar em liberdade no momento atual? Como se pode definir liberdade? Como há liberdade no mundo contemporâneo? São tantas perguntas sem respostas conclusivas e tantas dúvidas sobre o que melhor caracteriza o termo “liberdade”. Em momentos iniciais do desenvolvimento do pensamento acerca do sujeito social e psicológico, tratava-se a liberdade como fundamento dos atos de cada sujeito. Diante de uma ordem social dominante de controle e repressão, questionava-se o papel do sujeito como precursor de sua própria história e a ordem que se instaurava. Mas a busca da liberdade, em momentos posteriores, se perdeu diante de mudanças sociais que culminaram com o afastamento do ideal libertário inicialmente proposto e visado por diversos pensadores sociais.
A liberdade foi sendo conquista à custa de um individualismo e egoísmo por parte do sujeito social, que não mais se vincula a uma ordem social imposta e dominadora. Vive-se em uma época em que como diziam e dizem psicanalistas como Freud, o sujeito busca satisfazer um desejo por um objeto em que toda a sua energia é investida, o que reflete o papel e a importância da libido e das pulsões inatas a esse mesmo sujeito. A liberdade perdeu-se em si diante da massificação de um corpo tido como “objeto” de satisfação imediata e de expressão da sexualidade. O sujeito tem sexualidade, mas confunde liberdade com um estado de total desprezo pelas potencialidades totais e que ainda não foram exploradas. A liberdade não deve ser confundida com um estado de bestialidade e de ausência de normas juntamente com um caos. Robbes dizia que o “homem é o lobo do próprio homem”, ou seja, estando em condição de total liberdade das amarras sociais que aprisionam, o sujeito retornaria a uma condição de barbárie.
Em certo sentido Robbes tinha e tem certa razão, pois nenhuma liberdade pode ser alcançada sem que haja uma dependência para com o social, com suas normas e regras de controle. Mas com diz Bauman, o Homem tem cada vez mais se afastando do social, passando a depender cada vez de sua auto-realização e de seu poder de decisão e escolha. A ênfase, no momento atual, não está mais no social, mas no sujeito social e psicológico.
Bauman ainda considera que a modernidade se liquefez e que os laços que ligavam os sujeitos e grupos de inserção social uns aos outros foram sendo desfeitos. Nesse sentido, a liberdade mesmo dependendo do social e das normas de controle, torna-se cada vez mais relacionada ao sujeito que deve ser assumir a si mesmo e lidar com seus medos, ansiedade, angústias e anseios. Em outros períodos, os sujeitos preferiam não falar em liberdade, pois confrontava esses mesmos sujeitos com indecisões, dúvidas e poder de ter que escolher por conta própria e assumir riscos. Na modernidade líquida, ao homem é dado novamente o poder de ter que escolher por si mesmo, pois se perde o amparo e proteção social que outrora eram garantidos.
Cada sujeito se depara com a sua própria sorte e não há limites mais ou menos seguros para a atuação. Entrando novamente na questão corporal e do desejo, percebe-se que o próprio limite físico e psicológico não é mais respeitado e que os ideais libertários iniciais não mais estão presentes nas práticas e manifestações corporais. O corpo é utilizado de forma descontrolada, abusiva, exaustiva e sem respeito pela integridade e liberdade. Mesmo no caso da sexualidade, os limites concretos não são respeitados nem estabelecidos com exatidão. A liberdade se confunde com falta de controle. Jovens que consomem quantidades excessivas de bebidas, drogas e outras substâncias que causam danos físicos, psicológicos, afetivos e sociais são exemplos entre outros de que a liberdade se confunde com falta de controle dos desejos, sentimentos e necessidades individuais.
O que se pode concluir, é que a liberdade faz o sujeito entrar em contato com aquilo que mais teme: o seu poder de auto-aperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal e ter que arcar com conseqüências de atos ou de comportamentos ou atitudes perante o mundo e os demais sujeitos livres e com especificidades e qualificações cada vez mais próprias e que devem ser levadas em consideração em um mundo individualista e sem fronteiras sólidas e concretas. Dois pensamentos sobre a liberdade foram sendo desenvolvidos. O primeiro corresponde ao medo de se falar, comentar, afirmar e dizer sobre o próprio termo “liberdade” e o segundo refere-se ao fato de que não há liberdade sem controle, normatização certo grau de dependência do social por parte do sujeito e decorrente perda do ideal original de libertação que fora buscado e almejado em períodos anteriores do desenvolvimento do pensamento sobre o sujeito social.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

fogo e chamas

pegando fogo
ardendo em chamas
flamejando em tochas de cavernas escuras
flamejando em lamparinas de ruas escuras
isso é a vida pulsante em chamas de fogo
ardente como se fosse pegar fogo
ardente como se fosse explodir
isso é a vida pulsante em chamas ardentes
pegando fogo
ardendo em chamas
flamejando em caminhos sombrios
flamejando em rotas sombrias
a nebulosidade flamejante
desse fogo ardente que é a vida
a vida em eternidade
de momentos flamejantes
me encedeie
me queime
o fogo apagou?
o que foi isso?
tudo termina?
e a ave retorna, resurge e encendeia das cinzas da morte
morte eminente
vida fugaz
que jás
mas que reclama
versos de fogo que reclamam
que declamam
que clamam
o fio para de arder
e a tocha para de iluminar
fim de um fogo eterno

sexta-feira, 23 de julho de 2010

sou uma galinha cega
naum vejo o mundo
somente sombras
escuridão
o que faço de minha memórias?
ciscando, catando piolho, catando bagas de milho
todas essas são memórias tão fugazes
igual a um galinha que foge das envestidas do Galo
Sou escuridão, sou sombras
e de tudo isso o que me sobra?
esperar o mundo acabar? se derreter? se bombardear?
sou uma galinha cega
naum vejo o mundo
somente sombras
qual meu desejo final?
quero ver a luz
somente como a vi quando ainda enchergava
se é que eu enxergava antes
...................................

mais textos

Dia 23-07-2010
A pessoa com deficiência atribui-se a idéia de que esse mesmo sujeito não tem sexualidade, não busca relacionar-se afetivamente e sexualmente e de que não há desejo e impulsos sexuais na pessoa com deficiência. Práticas sociais de atribuição de tabus, crenças, concepções e mitos levam a proibições, repressão e impedimento da busca de prazer sexual e a procriação. A idéia de uma assexualidade por parte do deficiente fundamenta toda uma prática de negação da sexualidade não está presente na pessoa com sexualidade. Através dessa mesma idéia de assexualidade, o tema não passa por questionamentos nem por discussões. A sexualidade é assim afetada pela deficiência, mas deve-se ter em mente que os fatores sociais, culturais, pessoais se relacionam ao modo como o próprio deficiente e as demais pessoas no grupo em que o sujeito com deficiência se insere lidam com a complexidade do tema sexualidade componentes que a torna complexo, amplo e diverso sejam sociais, pessoais, relacionados ao afeto, ao sentimento de desejo, afeição e manutenção ou não de relacionamentos amorosos, afetivos e sexuais. Do ponto de vista existencial, o sujeito é um ser-no-mundo, está inserido em um mundo e atua em sua realidade a transformando e sendo transformado pela mesma. No caso da pessoa com deficiência, a expressão de sua sexualidade corresponde a um modo de estar e ser no mundo, mas que ocorre no caso da sociedade preconceituosa e que nega a sexualidade e suas diversas formas de expressão, é a retirada do poder de escolha consciente e responsável de ter e sentir desejos, satisfazer impulsos sexuais e manter relacionamentos. No caso, é o direito da pessoa com deficiência de saber mais sobre o processo da sexualidade, de receber informações e educação para que a sexualidade seja melhor compreendida e para que sejam evitadas conseqüências pessoais, sociais, físicas e psicológicas devido ao uso inadequado de contraceptivos e demais recursos preventivo.

O potencial sexual, em diversos momentos, não é bem trabalhado e desenvolvido, o que pode levar a comportamentos sexuais inadequados do ponto de vista social. Práticas educativas inadequadas, precárias e deficitárias e a falta de informação acerca das peculiaridades de cada pessoa, seja deficiente ou não, tem levado ao preconceito e estigma para com a deficiência e a sexualidade. Em termos sociais, há uma repressão sexual, mas não há uma eliminação de emoções e de necessidades sexual-afetivas. Segundo diversos autores, A sexualidade ativa está praticamente preservada nas pessoas com deficiência. Mas estereótipos socialmente constituídos relativos a sexualidade da pessoa com deficiência afirmam que não há sexualidade nesse mesmo sujeito e que os deficientes não manifestam quaisquer sentimentos de desejo e amor, além de que não há busca de gratificação sexual por parte desse grupo diverso de sujeitos. Através de uma percepção distorcida e repleta de julgamentos socialmente constituídos, o próprio deficiente assimila a idéia de um corpo fragmentado. A imagem que é transmitida reflete a constituição de uma imagem social marginalizada e degradante. Não é inicialmente constituída pelo sujeito com deficiência, mas acaba sendo incorporada por esse mesmo ser-no-mundo.
Considera-se que a sexualidade é inerente a todo e qualquer ser humano e que sua expressão é ampla e difusa. Todo sujeito visa estabelecer relações com outras pessoas. Retomando a idéia existencial anteriormente referenciada, o homem é um ser de relação e não é para menos que no caso de uma deficiência esse anseio seja inerente ao modo de ser e de estar no mundo que cada sujeito deficiente venha a manifestar no aqui-agora, Mas esse modo de ser, estar, e se posicionar e se portar diante da realidade for negado, reprimido e impedido, a expressão da espontaneidade e da sexualidade saudável e característica não serão possibilitados ao sujeito com deficiência.
Não é negando o tema e a expressão da sexualidade, mas ensinando, educando, treinando adequadamente e possibilitando a expressão espontânea é que o tema da sexualidade será melhor compreendido, aceito e mais presente na vida social. Deixando em segundo plano juízos, pré-conceitos e concepções, a sexualidade será discutida com mais freqüência e fará parte da vida em sociedade e dos seres-no-mundo que são as pessoas com alguma deficiência.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

textos

09-07-2010:

Sexualidade, afetividade e deficiência:
O livro “Sexualidade e deficiências “, da autora Ana Claúdia Bortolozzi Maia, considera do ponto de vista psicológico, social, físico e cultural a sexualidade humana, mesmo no caso de pessoais com deficiência. O desejo afetivo e sexual está presente na pessoa com deficiência e não deve ser negado, reprimido, retraído entre outros aspectos qu se relacionam a própria forma com que a sociedade lida com o tema da sexualidade. Algumas representações sobre o corpo, auto-imagem, perdas corporais visíveis ou não vão sendo descritas ao decorrer da exposição que a Ana Cláudia faz sobre pesquisas realizadas por diversos autores da área de deficiência mental.
No primeiro capítulo, a autora nos traz diversas concepções acerca do termo deficiência. Muito além de definir termos, Ana considera que a forma com que as pessoas lidam com a deficiência e com o sujeito deficiência se relaciona com os conceitos, pré-noções, juízos de valor que o sujeito que percebe traz de acordo com o seu relacionamento com a cultura, com seu grupo social e contexto mais próximo. O deficiente estigmatizado por apresentar a sua marca distintiva, nega sua capacidade de expressão afetivo-erótica, seja através de práticas que infantilizam ou reduzem o potencial sexual, afetivo e relacional ou através dos estereótipos, conceitos, concepções e representações que o contexto social, a família e o próprio indivíduo com deficiência constituem.
O tema da deficiência não é de fácil compreensão, pois lida justamente com questões mais amplas, ou seja, corresponde a um fenômeno multifacetado e com diversos aspectos que se entrecruzam. A sexualidade, sendo um tabu, no caso de pessoas com deficiência, torna-se mais difícil de ser compreendido por tratar de retomar toda a articulação dos fatores sociais, físicos, culturais entre outros. Em diversos momentos, a família de uma pessoa com deficiência não aceita o fato de que seu filho não é desprovido de desejos sexuais e que pretenda algum dia constituir relações afetivas, sexuais e relacionais. Não conversa com o filho deficiente sobre sexo, casamento, riscos de práticas sexuais inadequadas, o que pode levar à abusos sexuais, físicos e verbais.
10-07-2010

O capítulo inicial do livro trata da consideração dos aspectos relacionados à deficiência. Esta, conforme diversos teóricos e a autora, se refere ao conjunto de condições gerais limitantes: biológicas, sociais e psicológicas. A autora trata de questões que são remetidas aos aspectos sociais, culturais e físicos. Uma dessas questões é a do diferente que se dá sobre o parâmetro da igualdade e da “normalidade”. As diferenças, segundo Maia, se manifestam em um contexto que as evidencia/contrapõe os semelhantes em alguma característica valorizada aos chamados “diferentes”. Estes, conforme o contexto em que se encontra, apresentam características ou atributos que podem ser percebidos por outras pessoas conforme noções, conceitos, parâmetros e outras formas de consideração que foram constituídas sócio-histórico-biológico-culturalmente por um grupo social da qual esse mesmo sujeito que percebe faz parte.
A sociedade possuí noções, conceitos e juízos pré-estabelecidos e estigmatizam as pessoas com deficiência conforme aquilo que é constituído nesse meio social. Ao longo da história, os deficientes foram sendo considerados de forma diferente. Inicialmente, eram tratados como sendo aberrações, não humanos, monstros. As práticas mais comuns da idade média eram sacrifícios, extermínios, assassinatos, abandono a própria sorte entre outras formas de evitar que os deficientes entrassem em contato com a sociedade. Com o desenvolvimento da ciência médica, em especial da psiquiatria, as pessoas com deficiência foram sendo alojados em locais sem contato com o meio social. Segundo Maia (), “todos temos concepções (‘pré-conceitos’), nem sempre evidentes, sobre diferentes fenômenos sociais e tomamos atitudes em relação a eles considerando essas concepções”. A deficiência e a manifestação da sexualidade, correspondem a dois temas de complexa consideração, pois ambos esbarram justamente em aspectos sociais, históricos e culturais.


DIA 19-07-2010

Conforme crenças socialmente constituídas e de representações significadas-resignificadas dentro de contextos mais amplos, no caso específico da pessoa com deficiência, essas mesmas representações levam a práticas discriminatórias, excludentes, segregacionistas, que negam ou infantilizam o sujeito, seus afetos, impulsos sexuais, necessidades de amor, respeito e compreensão para si e para com as demais pessoas. No contexto educacional, a sexualidade da pessoa com deficiência já traz em si uma representação de exagero, exacerbação, animalidade entre outros atributos socialmente significados. No caso da família, o deficiente mental é considerado como um ser assexual, sendo que os comportamentos, atitudes e ações que esse mesmo sujeito com deficiência mental são tidos como expressões da infantilização e da crença na assexualidade do deficiente mental.
Todo e qualquer ser humano, qualitativamente, não difere quanto ao fato de sentir atração, ter desejos sexuais, afetos e demais manifestações da sexualidade. Mas o que diferencia o sujeito sem deficiência da pessoa com deficiência não são atributos físicos distintos, mas o aspecto social que subjaz as práticas dos sujeitos e dos contextos grupais. Muito mais do que olhar o aspecto meramente biológico-fisiológico-genital da sexualidade, o mais importante é entender como cada sujeito lida com os aspectos envolvidos em sua sexualidade e expressão de desejos, afetos, sentimentos e outras manifestações erótico-afetivas. Cada sujeito sente, deseja, pensa e manifesta os seus aspectos sexuais de determinada forma, além de obter de distintas maneiras prazer e satisfação sexual. Não há padrões que estabelecem o que é ou não é normal na sexualidade, principalmente no caso da deficiência.

domingo, 18 de julho de 2010

término fugaz de um ciclo

Acaba mais um momento da minha vida
Acaba mais um etapa da minha vida
Começa mais um estória da minha vida
Começa um novo amanhacer em minha vida
Tudo novo, tudo de novo
Tudo acaba, tudo inicia
e o que fica disso tudo?
Saudade, alegria, dúvidas, medos, expectativas e tantos outros sentimentos tão humanos, que nos são caros e raros
Tudo tão fugás, tudo que jás
Tudo tão efemêro, tudo que se faz
e o que fica disso tudo?
recomeço, reinicio, reformulação e tantos outros sentimentos tão humanos, que nos são caros e raros
Partir de uma etapa, representa para cada sujeito, chegar em outra etapa
equilibrar, mas antes, desequilibrar
desencontrar, mas antes, encontrar
acaba mais uma etapa da minha vida

quinta-feira, 15 de julho de 2010

a procura de algo

minha vida, minha alma
meu renascer, meu rejuvenecer
meu existir, meu florescer
meu mundo, minha vida
a cada renascer, minha alma desabrocha em meu rejuvenescer
o caminho, o desconhecido, o inesperado
a cada momento, a cada caminho
a cada florescer, a cada viver, a cada viver
minha alma rejuvenesce e refloresce
procuro alguém para completar a minha vida, a minha alma, o meu renascer e rejuvenescer
a partir deste momento busco a cada dia me completar, mas ainda não o consegui
minha vida, minha alma
meu renascer, meu rejuvenecer
meu existir, meu florescer
meu mundo, minha vida
a cada renascer, minha alma desabrocha em meu rejuvenescer
dedico esse poema a quem estiver a fim de me completar, de me desabrochar

sexta-feira, 9 de julho de 2010

expressão da afetividade

Dentro de uma perspectiva existencial-fenomenológica, consideramos a deficiência e a sua expressividade como formas de estar, ser, situar no mundo. Cada ser-no-mundo traz uma marca característica que decorre de suas escolhas, de seu posicionamento diante do campo fenomenal e das possibilidades dadas (sociais, culturais, biológicas, físicas etc). No caso do deficiente, essas marcas são percebidas pelos demais sujeitos se significadas-ressignificadas de diversas maneiras, o que depende do julgamento e conceito que esses demais sujeitos tem sobre as marcas que caracterizam a deficiência do ser percebido.
Do ponto de vista prático, vivo, escolho e me situo no mundo de forma espontanea e de acordo com o que escolho (respondo às perguntas que a vida me impoe. Percebo o preconceito das demais pessoas conforme meus medos, sentimentos negativos entre outros conceitos. Quando vejo uma moça que vem a meu redor e entra em contato com meu campo relacional e a percebo como ameaçadora, como alguém que não se sente atraída por mim. Tudo isso ocorre conforme meus pre-conceitos, juízos de valor etc. Outro dia pedi em namoro uma moça que considerava muito legal, papo cabeça e agradavel. Descobri que ela já tinha outro rapaz. A princípio fiquei triste e me senti frustrado. Mas depois, consegui perceber de forma diferente o fato de ter sido rejeitado. Aconteceu algo interessante, continuamos amigos e percebi o quanto percebe a rejeição amorosa de forma distorcida. Amor é uma construção mútua e devemos nos relacionar de forma mútua e recíproca. Considero essa escolha que fiz autêntica, do ponto de vista da relação, que não caminhava para um romance, e dobponto de vista de eu ainda não ter passado por situações de ter que escolher amar, sentir afeto entre outras características tão humanas quanto a que eu, ser-no-mundo, vivenciei.
Para concluir, cabe ressaltar que, começar a escolher um caminho diferente não é uma tarefa simples e de fácil consecução. Mas devemos começar a pensar, sentir e buscar responder às perguntas feitas pela vida. Somos seres de afeto, paixão, desejo e sentido. Por isso devemos buscar o sentido de viver e de relacionar com outra pessoa. Era o que tinha que ser dito nesse momento de meu existir.

domingo, 13 de junho de 2010

preconceito e estigma

Aquilo que um grupo estabelece como atributos faz com que sejam reconhecidos membros que são classificados conforme esses mesmos atributos. Com essa mesma categorização, as pessoas podem ser ou não pertecentes a determinados agrupamentos dentro da atribuição de características. Aqueles com algum traço distinto de uma categoria são estigmatizados. Esse sujeitos estigmatizados buscam relacionar-se com pessoas que apresentam os mesmos atributos e são excluídos de agrupamentos com outros atributos. O que isso significa? Significa que os estigmatizados são reconhecidos por outros sujeitos através de seus traços distintivos. O que resta para os sujeitos estigmatizados? ou buscar outros sujeitos com o mesmo estigma ou se isolar das demais pessoas de outra categoria, consideram que o seu traço distintivo não lhes causa problemas ou utilizar uma série de atributos para se afirmar, obter algum incentivo e conquistar direitos. Na prática, observo práticas excludentes e estigmatizantes por parte das pessoas e tenho que conviver com as pessoas que simpatizam com minha deficiência ou que apresentam minha características ou traços distintivos. Convivo com diversas pessoas que possuem traços distintivos. Outro dia estava em um ambiente em que a minha cadeira de rodas foi facilmente notada e que fui considerado como sendo um sujeito pertecente a outra categoria, o do "cadeirante e corredor da cadeira elétrica".

sábado, 12 de junho de 2010

rede de relações

Pensei em escrever algo que se relaciona ao momento em que me encontro. mas como não consegui pensar em algo melhor para dizer, escrevo o que vem a minha mente. primeiro quero dizer o quanto estou me sentindo sozinho nessa grande rede de relações humanas. vejo muita gente, mas não vejo nenhuma pessoa conhecida. todos se distanciam de mim, todos se afastam de mim. mas por que isso acontece? respostas são mil, mas soluções nenhuma. então o que faço? busco repostas em meu inconsciente? ou nos meus comportamentos? não sei como responder tais questionamentos. outro dia pedi para namorar uma moça linda e cadeirante, mas recebi meu primeiro não. mas o que eu fiz? nada, nada e nada. sufoquei-me em minhas angústias. mas puxa, que mancada eu cometi. meu Deus, a minha chance ainda não chegou. até o momento não tenha dó nem compaixão por minha pessoa. escrevi desta forma, pois sinto-me perdido nessa rede de relações que é ser um humano comum.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

tempo de revelação

o tempo nos proporciona sairmos de nossa condição de seres finitos, perecíveis e vulneráveis.
o tempo nos possibilita vivenciar momentos de transcendência.
saimos de nossa humana condição de mortalidade e de finitude.
saimos de nosso próprio ser.
voamos por grandes universos de possibilidades e de vidas.
voamos pela imensidão de potencialidades e de existências.
o tempo é generoso e, ao mesmo tempo, perverso e destrutivo.
nos arranca nossa juventude e nossa força e poder.
ohhhhhhhhhhhh juventude
como pode fazer isso comigo?
arrancar minha eternidade, o nosso eterno momento de poder.
ohhhhhhhhhhhh finitude
como pode fazer isso comigo?
arrancar minha imortalidade, nosso eterno ser
ohhhhhhhhhhhh tempoooooooooooooooo
como pode me trazer para esse momento?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

mudanças

espero dizer aqui o que está ocorrendo em minha mente
preciso escrever como estou me sentindo leve como uma pluma e com a alma radiante
nesses momentos de alegria preciso mostrar para o mundo como estou feliz e satisfeito com
minhas mudanças e sentidos que busco em minha existência.
acredito estar caminhando rumo ao momento de felicidade que tanto espero e anseio.
nossas vidas se cruzam e se desenrolam de uma forma tão clara, mas tão confusa, pois somos um e diversos sentimentos ao mesmo tempo.
espero realizar meus sonhos e o sonho de uma pessoa que me espera na eternidade.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

consciência

Reflito hoje sobre a nossa consciência
não vou defender o ponto de vista de um autor
nem inventar palavras sem sentido ou sem consciência ou lógica
O que eu apenas digo é que o que me faz estar vivo aqui neste momento é minha capacidade de me autoconhecer e de ser eu mesmo
A ciência trata de separar a consciência de meu corpo, seja através de experimentos, de comprovações científicas ou de qualquer instrumento ou método de análise quantitativo
Na verdade, não concebo consciência sem corpo e visce-versa
Podemos considerar a nossa consciência como uma capacidade que nos torna singulares, mas pode nos enganar em muitos momentos
Finalizo dizendo que precisamos entrar em sintonia com a nossa capacidade de sermos conscientes de nós, dos outros e de nosso mundo

quinta-feira, 29 de abril de 2010

epílogo de uma história

toda história tem um final e um desabrochar
toda história tem um decorrer e momento inicial
toda história tem um momento de dor, outro momento de felicidade e um final feliz, seja no sofrimento ou na perda
toda história é uma vida e toda vida é uma história
cada momento é um tempo
e cada tempo é um momento
toda história passa em um decorrer de tempo
e todo tempo passa em um decorrer da história
cada decorrer de tempo muda a nossa vida de uma tal forma que a nossa história precisa ser reescrita cada vez que vamos vivendo
toda história é uma existência e toda existência é uma história
e para dizer mais e sem repetir, devemos tudo à história
a vida de cada pessoa corresponde ao período de tempo da história de todas as outras pessoas
e devemos tudo a esses momentos
........................................................
........................................................
........................................................
........................................................
precisamos entender que a nossa vida corresponde a uma existência singular e única que não pode ser resumida, nem retirada e modificada, tampouco esquecida.
lembramos de nossos entes queridos com todo o nosso íntimo, mas esquecemos de lembrar dos bons momentos de convivência e de existência com essas pessoas.
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
dedico essas palavra a meu falecido pai e a minha mãe presente, pois sem a figura dessas duas pessoas, eu não estaria aqui para contar minha história.

Otávio Naves Micheloto.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

deficiência e incapacidade

Como o próprio nome já diz, a deficiência não é sinônimo de incapacidade ou, pelo menos, não deveria ser tratada como tal. Na verdade, a deficiência corresponde a uma debilidade de ordem fisiológica, psicológica ou social que o sujeito passa a apresentar ou no seu nascimento ou devido a um incidente ao longo de seu desenvolvimento. No caso de surgir no sujeito, a deficiência é mais ou menos ou relativamente estável e persiste se, não pelo menos, toda a vida dessa mesma pessoa que a possui ou adquire. Já no caso da incapacidade, o que se considera é o efeito da deficiência sobre a realização de determinada atividade. A pessoa pode apresentar uma deficiência bem definida, mas diversas incapacidades que podem ou não trazer consequências para essa mesma pessoa.
Por experiência própria, vivo com uma def. genética que poderia me encapacitar, segundo as pessoas que conhecem, mas, na verdade, tenho incapacidades não diretamente relacionadas à minha def. (distrofia muscular progressiva). E agora uma pergunta provocativa: Quais são os aspectos que você considera estáveis em sua vida? E o que pode ser alterado na realização de determinadas tarefas que vc considera extremamente dificeis de serem realizadas? Essas idéias estâo expostas no livro "Enfrentando a Deficiência" de Carolyn L. Vash que é leitura recomendada para os que desejam conhecer mais sobre esse universo espetacular da def.
Agora cabe ressaltar que gosto de ouvir relatos de pessoas e de seu enfrentamento da def.

sábado, 10 de abril de 2010

um ano de morte de Antônio Ricardo Micheloto:

Ao meu velho:

Acordar para ver
ver para crer
escutar para sentir
viver na plenitude e no gosto pela vida em suas pequenas e singelas coisas
andar para longe de nós e rumo à eternidade
sentir cada viver
alegrar a cada momento
ler para nutrir
escutar teu apelo
tuas palavras são como um raiar em minha existência
tanta sabedoria
tanto pesar
neste momento venho diante de ti para
ofertar tua eternidade
meu pai, mentor e mestre de uma vida inteira
dedico esse momento de singelas palavras a você meu pai
obrigado por tudo!!!!!!!!3
descanse em paz nesse 11-04-2010
que assim seja

terça-feira, 2 de março de 2010

notícias boas

hoje, terminei finalmente minha formação em bacharelado. estou feliz e vou realizar meus sonhos futuros. somos sempre motivados por nossos sonhos. estes são o nosso motor, a nossa base e o nosso alento. Sem os sonhos não temos esperança, pois a vida não é feita somente de fatos reais, mas também de desejos e de esperanças em relação aquilo que sonhamos e que poderá se concretizar ou não. Nosso imaginário é composto de sonhos e de fantasias das mais diversas possíveis. Mas uma etapa foi cumprida, novos sonhos podem ser concretizados.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

consciência

quando vejo que possuo um corpo e uma mente, percebo que sou total e, ao mesmo tempo, distinto e único. sou tão somente humano, transcendo minhas possibilidades temporais e existenciais com apenas um pensamento. escolho tudo o que é possível dentro de meu mundo e também diversas possibilidades que ainda não foram concretizadas. A consciencia confere a cada sujeito uma identidade e unicidade diante de outros seres desse mundo, sendo algo que diz respeito a uma intimidade com nossa própria existencia

consciência