quinta-feira, 5 de agosto de 2010

sexualidade

Dia 05-08-2010

As deficiências físicas que surgem devido a lesões que paralisam parcialmente ou não funções, trazem uma série de efeitos não apenas biológicos e físicos, mas também, influenciam psicologicamente a pessoa que deve lidar com essa mesma deficiência a que se expõe. Outra identidade deve ser constituída a partir de uma série de limitações que repercutem na auto-estima e na imagem corporal do deficiente. Devido a lesões em segmentos da coluna vertebral, especificamente na medula espinhal, movimentos que antes eram realizados passam a ser limitados, em muitos casos pode haver uma paralisia total e perda de sensibilidade, mas em outros apenas uma paralisação parcial que pode ser tratada com atividade sexual. Mas devido a um “afastamento” do ideal de beleza e estética que o grupo social impõe ao deficiente, há a crença de que houve uma perda da sexualidade por parte do sujeito com a nova condição em que se encontra.
A pessoa com deficiência tem uma auto-estima baixa e sente-se inferiorizado, principalmente por acreditar que não pode satisfazer afetivamente e sexualmente alguém com um corpo que também acredita ser assexuado e que não corresponde ao padrão de beleza e sexual que a sociedade impõe. Acaba introjetando valores, normas e regras relacionadas ao modo como o grupo social considera a corporeidade e a sexualidade juntamente com a sua satisfação sexual fisiológica e imediata e outros representantes da beleza externa. Há um medo de que a pessoa com deficiência venha a ter descendentes também deficientes e que não haja uma correspondência entre a condição em que o sujeito se apresenta e a realização de uma prática sexual que corresponda ao padrão de “coito” que a sociedade espera de qualquer sujeito. Outras formas de se satisfazer e satisfazer outra pessoa sexualmente são consideradas socialmente permissivas e não são nem consideradas pelos demais indivíduos. A resposta sexual de um sujeito com deficiência não sendo aquela esperada socialmente
Mesmo em uma condição de dependência e de perda de funções importantes por parte da pessoa com deficiência, a sexualidade ainda pode ser desempenhada e exercida, pois corresponde a uma forma de satisfação e de constituição de uma identidade por parte do sujeito. Jovens adolescentes e com deficiência física apresentam maiores dificuldades para constituírem uma imagem corporal, pois com a convivência é restrita ao mesmo grupo de pessoas com deficiência e não experimentam contatos com outros grupos, além de desenvolverem poucas relações afetivas com outros pares. Acabam por terem acesso a práticas educativas e de treinamento para lidarem com os riscos que as relações sexuais sem proteção. No caso das mulheres, a exigência quanto ao padrão de beleza constituído socialmente é ainda maior. Espera-se que possa ser fisicamente bela e atraente para que venha satisfazer sexualmente um parceiro em potencial. Complica-se mais ainda quando a mulher tem uma deficiência. O corpo desta é percebido como sendo inferior devido às perdas e marcas visíveis e são esperados reposta e desempenho sexuais com mais freqüência e intensidade de ocorrência.
Lembrando que a sexualidade não se resume apenas ao ato do sexo e satisfação, mas a fatores psicossociais, às emoções e outras manifestações de amplitude maior que repercutem psicologicamente no sujeito com uma condição característica que limita apenas o aspecto físico, mas não os desejos, as necessidades e os interesses de cada pessoa e da cada sujeito, seja com ou sem deficiência, pois a própria sexualidade, acreditam autores, não acaba, ainda está presente e pode ser vivenciada e experimentada de uma nova forma, pois o motivo de se constituir uma nova identidade que não nega a anteriormente constituída pelo sujeito.

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