terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pensamentos Eternos em Minha Mente: dia 09/08/2011

Esses dias foram difíceis e complicados. Não por ter ocorrido algum desastre, morte ou quaisquer circunstância que torne a vida mais conflituosa. O que torna esses dias complicados é o fato de que em nenhuma outra fase da vida o sentimento de solidão, angústia e pesar foram tão sentidos e vivenciados intensamente como agora. Anteriormente, a base de segurança em que nos sustentávamos possibilitava uma “ilusão” com relação ao que era a vida familiar como conhecíamos. Nesse momento em que nos encontramos, não há mais a base segura em que sentíamos alívio, conforto e segurança. A “redoma” que nos protegia fora rompida e destruída, pois com a perda da pessoa que nos sustentava em todos os sentidos, no caso meu pai, uma nova forma de encarar a lidar com a vida surgiu. Com este mesmo surgimento de uma vida mais ampla e complexa, a nossa família não conseguiu mais recuperar o seu centro o eixo de sustentação.
Eu ainda não consegui trilhar meu caminho ou trajetória da forma com havia planejado, pois a morte surgiu repentinamente em minha vida. Não esperamos a morte nem a desejamos, somente quando a perdemos é que realmente passamos a ter noção do quanto somos frágeis e pequenos diante da imensidão inexplorável do universo da existência. Eu projetei para minha vida um futuro brilhante e repleto de objetivos e planos, além de conquistas. Mas o fator tempo não possibilitou tal consecução de meus planos. Os valores que tenho acerca de minha vida passam por um processo de revisão sempre que me deparo com situações com as quais não havia lidado anteriormente. Perco-me em um “labirinto” de dificuldades e de conflitos existenciais. As encruzilhadas do existir tornaram-me um sujeito duvidoso e inseguro. Não tenho conhecimento acerca do caminho que devo percorrer. Acabei percebendo que a vida é assim mesmo: uma encruzilhada e um caminho longo que percorremos, mas não sabemos onde vamos chegar. A única certeza que temos e que tenho é que passaremos por essa vida com um pequeno “grão de areia” e que apenas os nossos feitos serão deixados ao longo da vida. A perda de algo ou de alguém traz marcas profundas na vida de outra pessoa. No meu caso, as marcas deixadas foram e ainda são muito profundas, o que torna minha trajetória mais difícil de ser realizada. Uma couraça fora constituída em meu ser, mas preciso romper com a mesma, pois se não assumir meu próprio existir não conseguirei sair da situação em que me encontro desde a morte de meu pai.