sexta-feira, 23 de julho de 2010

mais textos

Dia 23-07-2010
A pessoa com deficiência atribui-se a idéia de que esse mesmo sujeito não tem sexualidade, não busca relacionar-se afetivamente e sexualmente e de que não há desejo e impulsos sexuais na pessoa com deficiência. Práticas sociais de atribuição de tabus, crenças, concepções e mitos levam a proibições, repressão e impedimento da busca de prazer sexual e a procriação. A idéia de uma assexualidade por parte do deficiente fundamenta toda uma prática de negação da sexualidade não está presente na pessoa com sexualidade. Através dessa mesma idéia de assexualidade, o tema não passa por questionamentos nem por discussões. A sexualidade é assim afetada pela deficiência, mas deve-se ter em mente que os fatores sociais, culturais, pessoais se relacionam ao modo como o próprio deficiente e as demais pessoas no grupo em que o sujeito com deficiência se insere lidam com a complexidade do tema sexualidade componentes que a torna complexo, amplo e diverso sejam sociais, pessoais, relacionados ao afeto, ao sentimento de desejo, afeição e manutenção ou não de relacionamentos amorosos, afetivos e sexuais. Do ponto de vista existencial, o sujeito é um ser-no-mundo, está inserido em um mundo e atua em sua realidade a transformando e sendo transformado pela mesma. No caso da pessoa com deficiência, a expressão de sua sexualidade corresponde a um modo de estar e ser no mundo, mas que ocorre no caso da sociedade preconceituosa e que nega a sexualidade e suas diversas formas de expressão, é a retirada do poder de escolha consciente e responsável de ter e sentir desejos, satisfazer impulsos sexuais e manter relacionamentos. No caso, é o direito da pessoa com deficiência de saber mais sobre o processo da sexualidade, de receber informações e educação para que a sexualidade seja melhor compreendida e para que sejam evitadas conseqüências pessoais, sociais, físicas e psicológicas devido ao uso inadequado de contraceptivos e demais recursos preventivo.

O potencial sexual, em diversos momentos, não é bem trabalhado e desenvolvido, o que pode levar a comportamentos sexuais inadequados do ponto de vista social. Práticas educativas inadequadas, precárias e deficitárias e a falta de informação acerca das peculiaridades de cada pessoa, seja deficiente ou não, tem levado ao preconceito e estigma para com a deficiência e a sexualidade. Em termos sociais, há uma repressão sexual, mas não há uma eliminação de emoções e de necessidades sexual-afetivas. Segundo diversos autores, A sexualidade ativa está praticamente preservada nas pessoas com deficiência. Mas estereótipos socialmente constituídos relativos a sexualidade da pessoa com deficiência afirmam que não há sexualidade nesse mesmo sujeito e que os deficientes não manifestam quaisquer sentimentos de desejo e amor, além de que não há busca de gratificação sexual por parte desse grupo diverso de sujeitos. Através de uma percepção distorcida e repleta de julgamentos socialmente constituídos, o próprio deficiente assimila a idéia de um corpo fragmentado. A imagem que é transmitida reflete a constituição de uma imagem social marginalizada e degradante. Não é inicialmente constituída pelo sujeito com deficiência, mas acaba sendo incorporada por esse mesmo ser-no-mundo.
Considera-se que a sexualidade é inerente a todo e qualquer ser humano e que sua expressão é ampla e difusa. Todo sujeito visa estabelecer relações com outras pessoas. Retomando a idéia existencial anteriormente referenciada, o homem é um ser de relação e não é para menos que no caso de uma deficiência esse anseio seja inerente ao modo de ser e de estar no mundo que cada sujeito deficiente venha a manifestar no aqui-agora, Mas esse modo de ser, estar, e se posicionar e se portar diante da realidade for negado, reprimido e impedido, a expressão da espontaneidade e da sexualidade saudável e característica não serão possibilitados ao sujeito com deficiência.
Não é negando o tema e a expressão da sexualidade, mas ensinando, educando, treinando adequadamente e possibilitando a expressão espontânea é que o tema da sexualidade será melhor compreendido, aceito e mais presente na vida social. Deixando em segundo plano juízos, pré-conceitos e concepções, a sexualidade será discutida com mais freqüência e fará parte da vida em sociedade e dos seres-no-mundo que são as pessoas com alguma deficiência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário