sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Angústia cont...

A personagem do livro de Graciliano Ramos vive, sofre e sente dentro de seu psíquismo, o que lhe traz marcas físicas, pois não há a externalização daquilo que aflige o protagonista. Luíz da Silva possuí um intelecto acima de outras e reclama quando encontra pessoas que não possuem essa mesma capacidade desenvolvida. Conhece uma moça, Marina, mas que ainda sente como sendo um incomodo. Diz ser "travado" perante às mulheres e que é bruto diante de assuntos amorosos, pois sua origem é do campo. Faz serviços em uma repartição, escreve poemas que não publica posteriormente e exerce funções externas sem que haja animo e esforço pessoal para tal realização.
Luíz da Silva representa traços tipicos de uma psicopatologia cujos sintomas são fonte de sofrimento psíquico e de reações físicas. Mas para os olhos de uma sociedade que vive de aparências, cada pessoa que surge no caminho de Luíz da Silva é vista como apresentando algum defeito. Percebe-se que a personagem principal do livro, projeta em outras pessoas suas frustrações, angústias, aflições e características que são suas devido ao adoecimento psíquico.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Angústia

Estou lendo livro Angústia de Graciliano Ramos e já percebi alguns pontos que vou comentar nesse espaço de reflexão. O personagem central do conto acorda depois de dias de sombra e escuridão, mas ainda não se recupera totalmente. Sente-se fraco, com suas mãos enrugadas e velhas, o que não lhe permite escrever como antes. Conta que já havia escrito diversos textos em sua repartição. Criticas aos sistemas políticos vigentes. Mas o que lhe perturba o tempo todo são as lembraças de seu passado que invadem a sua mente sem conexão umas com as outras e que surgem ao mesmo tempo. Anda nas ruas, conversa com pessoas conhecidas, recolhe-se a noite e começa a pesar em sequências de palavras, mas que não são continuadas. Vê-se diante de sua própria morte e das entranhas da terra que o consomem. Vem uma imagem inicial de seu passado no campo, das pessoas que fizeram parte de sua vida, principalmente seu pai que é lembrado através da descrição de uma cena em que é jogado em um rio de grande profundeza em que fora afogado e aprendeu a nadar. Lembra-se também da morte de seu pai em que não chora e se isola em um canto da fazenda. Conversa com um amigo que folheia o jornal com os dedos e critica o sistema político. Seu corpo se move, ma a sua interioridade está frágil. Desempenha o papel do cidadão que convive e trabalha, mas com uma mente perturbada, distorcida e que pensa na morte sua e de seu pai. Fala no purgatório onde se localiza seu pai. Enfim, começa a sofrer sua própria angústia, finitude, está para-a-morte. Surgem no protagonista sintomas de uma patologia que se refletem no seu corpo. A consciência do ressentimento, no caso do protagonista, lhe traz determinados sintomas que se manifestam no corpo físico desse mesmo sujeito.
Revive tão intensamente os conflitos psicopatológicos, mas não os externaliza, tornando sua existência um tormento verdadeiro.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sentimentos

O que estou sentindo nesse momento de minha vida é um misto de saudosismo, esperança, vontade de estar em outro lugar, imenso sentimento de perda e vontade
de recomeçar e de reconstruir a minha existência. Preciso reinventar, redescobrir/descobrir uma vida de sensações, experiências e sentindos não outrora vivenciados por minha pessoa, pelo meu ser, por meu próprio eu. Não venho aqui para reproduzir autores literários, nem para declamar poesias e ser pseudo-intelectual. Venho aqui como a pessoa que sou, para ser eu mesmo. Saber o que quero, quem sou eu, o que eu desejo ser, desejo vivenciar, experimentar e ver, além de descobrir. Posso não ser tão eficiente do ponto de vista da conversa, da comunicação oral. Para falar a verdade, nem pretendo ser esse "bom comunicador", mas preciso comunicar através da escrita o que toca o fundo de minha alma. Viver, amar, relacionar, preciso descobrir tudo que ainda não tive oportunidade de experimentar. Sou inexperiente no amar, no me relacionar, em relação ao que é o humano. Vivi pouco para os sentimentos, mas desejo, amo, sinto, percebo, sou humano como qualquer outro. Quero muito, desejo intensamente, mesmo que brevemente. Espero sentir o que é ser um ser humano em toda sua imensidão, em todo seu esplendor; Toda minha transcendência é movimento e tudo se move rapidamente dentro de mim é transcendência.

domingo, 15 de agosto de 2010

Amiga especial

Amigos, o que dizer sobre amigos?
Posso dizer tanto sobre amigos
São diversos, distintos e únicos
Não apenas nos confortam
são o nosso continente
Não importa a distância
sempre estão conosco
podemos contar com eles
sempre nos dizem algo para levantar nosso astral
Tenho uma amiga leal, sincera e boa gente mesmo
Sei que posso contar com ela e com os seus comentários
Adrielle obrigada por ser minha amiga
Espero nos vermos em breve
vc me deixa mais alto astral
do seu amigo do coração Otávio

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

indignação

Escrevo em poucas palavras o que me aconteceu esses dias e trago um desabafo e uma indignação para quem visualiza meu espaço de discussão. Escolhi namorar moças não-cadeirantes e expus essa minha preferência em uma comunidade do Orkut. Abri-me e expus minha intimidade, até aí cometi erros e sei que posso ter sido ingênuo. Mas como achei que na comunidade haveria espaço para uma discussão saudável e madura, me abrir dessa forma. Quais foram as conseqüências desse comportamento inadvertido, porém sincero e transparente? Fui chamado de arrogante, preconceituoso entre outros estereótipos. Fiquei arrasado e recorri a escrever um texto mais intelectual e maduro para tentar reparar o mal entendido. Fui novamente rechaçado. Consideraram-me pseudo-intelectual e de arrogante, além de imaturo e infantil.
O Orkut não é um espaço para discussões respeitosas e maduras? Até que ponto podemos confiar neste espaço de diversidade? Passei a desconfiar mais da diversidade e das pessoas que freqüentam as comunidades do Orkut. Temos que tomar certos cuidados quando expomos nossas preferências, intimidades e outras manifestações tão pessoais de nossos mundos privados e de nossa existência peculiar. Podemos entrar em nossas próprias armadilhas e nossas próprias pretensões e desejos. O julgamento dos demais membros da comunidade e o nosso ambos passam influenciaram a percepção que tínhamos uns dos outros. Manifestações infantis, falta de respeito e mal entendidos foram desnecessários, pois poderíamos ter sido mais autênticos.
Fica esse questionamento para todos.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

sexualidade

Dia 05-08-2010

As deficiências físicas que surgem devido a lesões que paralisam parcialmente ou não funções, trazem uma série de efeitos não apenas biológicos e físicos, mas também, influenciam psicologicamente a pessoa que deve lidar com essa mesma deficiência a que se expõe. Outra identidade deve ser constituída a partir de uma série de limitações que repercutem na auto-estima e na imagem corporal do deficiente. Devido a lesões em segmentos da coluna vertebral, especificamente na medula espinhal, movimentos que antes eram realizados passam a ser limitados, em muitos casos pode haver uma paralisia total e perda de sensibilidade, mas em outros apenas uma paralisação parcial que pode ser tratada com atividade sexual. Mas devido a um “afastamento” do ideal de beleza e estética que o grupo social impõe ao deficiente, há a crença de que houve uma perda da sexualidade por parte do sujeito com a nova condição em que se encontra.
A pessoa com deficiência tem uma auto-estima baixa e sente-se inferiorizado, principalmente por acreditar que não pode satisfazer afetivamente e sexualmente alguém com um corpo que também acredita ser assexuado e que não corresponde ao padrão de beleza e sexual que a sociedade impõe. Acaba introjetando valores, normas e regras relacionadas ao modo como o grupo social considera a corporeidade e a sexualidade juntamente com a sua satisfação sexual fisiológica e imediata e outros representantes da beleza externa. Há um medo de que a pessoa com deficiência venha a ter descendentes também deficientes e que não haja uma correspondência entre a condição em que o sujeito se apresenta e a realização de uma prática sexual que corresponda ao padrão de “coito” que a sociedade espera de qualquer sujeito. Outras formas de se satisfazer e satisfazer outra pessoa sexualmente são consideradas socialmente permissivas e não são nem consideradas pelos demais indivíduos. A resposta sexual de um sujeito com deficiência não sendo aquela esperada socialmente
Mesmo em uma condição de dependência e de perda de funções importantes por parte da pessoa com deficiência, a sexualidade ainda pode ser desempenhada e exercida, pois corresponde a uma forma de satisfação e de constituição de uma identidade por parte do sujeito. Jovens adolescentes e com deficiência física apresentam maiores dificuldades para constituírem uma imagem corporal, pois com a convivência é restrita ao mesmo grupo de pessoas com deficiência e não experimentam contatos com outros grupos, além de desenvolverem poucas relações afetivas com outros pares. Acabam por terem acesso a práticas educativas e de treinamento para lidarem com os riscos que as relações sexuais sem proteção. No caso das mulheres, a exigência quanto ao padrão de beleza constituído socialmente é ainda maior. Espera-se que possa ser fisicamente bela e atraente para que venha satisfazer sexualmente um parceiro em potencial. Complica-se mais ainda quando a mulher tem uma deficiência. O corpo desta é percebido como sendo inferior devido às perdas e marcas visíveis e são esperados reposta e desempenho sexuais com mais freqüência e intensidade de ocorrência.
Lembrando que a sexualidade não se resume apenas ao ato do sexo e satisfação, mas a fatores psicossociais, às emoções e outras manifestações de amplitude maior que repercutem psicologicamente no sujeito com uma condição característica que limita apenas o aspecto físico, mas não os desejos, as necessidades e os interesses de cada pessoa e da cada sujeito, seja com ou sem deficiência, pois a própria sexualidade, acreditam autores, não acaba, ainda está presente e pode ser vivenciada e experimentada de uma nova forma, pois o motivo de se constituir uma nova identidade que não nega a anteriormente constituída pelo sujeito.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

modernidade

Dia 02-08-2010

A modernidade em que a sociedade se encontra atualmente, diferentemente daquela em que os pensadores críticos se inseriam, era considerada pesada, sólida e sistêmica e sua principal característica era uma homogeneidade compulsória em que não havia espaço para autonomia, liberdade, autodeterminação e decisão por parte do sujeito. A modernidade contemporânea não fez com que a reflexão e a crítica fossem retirados, mas o seu modo de funcionamento ocorre através da “hospitalidade” à crítica. O padrão contemporâneo é de acampamento, ou seja, o espaço é possível se a pessoa tem como ocupá-lo e possuí renda para utilizar de sua localidade. Não se critica a organização e administração do espaço de utilização, mas apenas ameaças à individualidade são reivindicadas pelos usuários do acampamento. Se paga o preço dos serviços individualmente e apenas questiona-se o momento de invasão e desrespeito a individualidade. A modernidade atual é mais leve e solta, mas liquefeita e menos homogênea e com normas compulsórias e rígidas e menos condensada e sistêmica, como era anteriormente. Não que a sociedade tenha desaparecido, mas que agora, o sujeito depende mais de seu auto-aperfeiçoamento e de seu próprio pode escolha e decisão do rumo que deve tomar. A liberdade torna-se mais ampla por parte dos sujeitos e a antiga ilusão de modernidade entra em colapso e declínio. A ilusão de um fim no caminho em que se anda foi substituída por uma incerteza sobre como será daqui para frente.
A incerteza, a dúvida, o questionamento tornam-se mais freqüentes nessa nova forma de se considerar a sociedade moderna atual. O que se sabe é que o sujeito, no momento atual, deve buscar assumir os riscos de uma escolha que faz. Não há mais um término do caminho e uma segurança fornecida pela sociedade. O sujeito não é considerado da mesma forma do que anteriormente era considerado. Cada membro passa a ser considerado um indivíduo e o que constituí agora a sociedade é essa mesma individualidade que passar a ser considerada na modernidade líquida. Surgem outras características da modernidade atual: desregulamentação, privatização de tarefas e deveres. Mas outro aspecto foi mantido e corresponde à emancipação de camadas baixas e média da sociedade. O que se pode concluir sobre o que foi dito anteriormente é que a liberdade foi alcançada, mas de uma forma diferente daqui era concebida, visada e almejada em outros períodos de consideração da modernidade. O caminho a ser traçado e escolhido com relação à sociedade cabe ao sujeito individual ser escolhido e tudo o que for decidido pode ou não afetar a individualidade de cada sujeito. Mas que liberdade é essa que surge? Não se deve esquecer que a liberdade pressupõe para se constituir certa dependência de normas e regras de controle sociais.