sábado, 29 de outubro de 2011

Caminho de uma Alma

Uma alma vagava no mundo espiritual e encontrou dois caminhos, um da escuridão e outro da luz. Perguntou a si mesmo: qual caminho escolho diante de mim? Não sabia qual a resposta, o que fazer, como escolher nem qual caminho desejava atravessar. Nesses momentos de escolhas às vezes impossíveis e angustiantes, as almas ficam perdidas em meio aos caminhos e às trajetórias que as aguardam. Não foi diferente no caso daquela alma. Ela se encontrava entre duas escolhas, um era a luz e a outra a escuridão. Afinal, todos nós nos encontramos diante dos opostos em diversos momentos de nossas vidas. A alma não queria ter de escolher e nós também não queremos decidir. Uma idéia veio à mente da alma: jogar-se na sorte e arriscar o caminho da escuridão, pois acreditava que a iluminação era fácil demais, além de corresponder a um risco dessa mesma alma se perder, não buscar o sentindo de sua verdadeira existência enquanto espírito. O caminho da escuridão representa o mistério de nosso existir, pois não temos uma vaga noção do que seja esse mesmo mistério da escuridão e da sombra que nos acompanha. Aquela alma representa os nossos anseios, dúvidas e questionamentos. Mas algo ela fez, preferiu caminhar na escuridão, o que não diz respeito ao mundo dos vícios, erros, condutas inadequadas e atos destrutivos, apenas a incerteza de se lançar naquilo que é obscuro e de difícil compreensão.
Com certeza essa alma que vagava no mundo espiritual já foi um ser humano com desejos, interesses, anseios entre outros sentimentos como qualquer outro humano. Não porque ser uma alma signifique perder a dimensão corpórea e psíquica. Livrá-la de suas memórias tão humanas seria um erro muito grave, pois havendo uma consciência que foi retirada da alma, não se concebe a falta de sensibilidade tão humana. Afinal uma alma também sente emoções, ou não? Foi essa justamente o que a alma errante perguntou a si mesma quando se encontrava diante das duas escolhas, ou seja, como se sentiria se escolhesse o caminho da escuridão ou da iluminação? Diante dessa pergunta a nossa alma resolve se entregar e assumir os riscos de caminhar através da obscuridade. A alma fez justamente o que cada um de nós deveria fazer ao longo de nossa existência. Tememos nos entregar à vida e sermos responsáveis por nossas escolhas e nascemos justamente em condição liberdade, o que acarreta em angústia com relação à queda no abismo que justamente é essa mesma angústia existencial. Voltando à trajetória de nossa alma errante, percebemos como enfrentar os riscos da escuridão corresponde a um desafio que alma em questão assumiu.