quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sentimentos vivenciados por mim nesses dias:

Nesta semana consegui entrar em contato com vários sentimentos. São tantos, mas posso descrever apenas alguns. Diante da impossibilidade de poder ajudar meu irmão e minha mãe na melhora de seu adoecimento, senti-me impotente e culpado, além de medo de perder pessoas tão importantes para minha, meu existir e meu ser. Foi uma semana atribulada, repleta de acontecimentos que transcenderam o meu controle. A onipotência anterior foi substituída por um movimento de potencia, mas que nesses dias, se confundiu com a impotência, pois os fatos ocorridos não dependeram de meu controle onipotente diante dos fatos de minha vida.
Surpresa foi quando recebi um amigo que me presenteou um livro. Surpresa foi ver que nem todas as pessoas precisam necessariamente estar presentes no momento que eu gostaria que estivessem a meu lado. Angústia sinto diversas vezes, mas apesar de sentir essa mesma angústia, não há como definir especificamente um momento de angústia em que eu vivenciei. Raiva senti diversas vezes, mas procurei entender que a raiva não me leva a lugar algum, pois é um sentimento relativo. Pode-se sentir que foi traído por ex-colega por ele não ter comparecido a minha comemoração de aniversário, mas depois a raiva se dissipa, desaparece e deixar lugar a uma satisfação, a um sentido para mim.
Desconfiei da fidelidade de meus ex-colegas quando não foram comemorar comigo uma data importante.
Mas o mais interessante é que foi possível receber felicitações por parte de pessoas que não haviam comparecido, mas outro fato diz respeito a visita de um amigo meu e de parentes. A raiva foi relativa, pois eu voltei a ficar feliz e alegre novamente, o relativismo desse sentimento fora mais bem identificado e percebido nesses dias. A culpa foi forte durante certos períodos, mas os eventos ocorridos não dependeram de meu controle, então qual o motivo de me culpar? O que eu poderia ter feito era ter pensado um pouco mais nas necessidades de meus familiares não teria ocorrido tanto pesar, desgosto e a presença da culpa, da vergonha com relação aos outros, em especial minha mãe e meu irmão. Todo e qualquer sentimento que invade meu ser pode-se identificado em outras pessoas, somos todos sujeitos que não podem negar sua faceta afetiva, seus sentimentos e quaisquer manifestações do ser-humano. Não valorizei o que realmente deveria valorizar, as pessoas mais próximas de mim.
A felicidade surge menos se espera. Peguei meu diploma universitário e fui buscar minha carteira de psicólogo. Senti que mais uma etapa foi concluída. Posso alcançar muito mais em minha vida. Mas sair de casa rumo ao mundo do trabalho é algo importante para qualquer pessoa. Momentos alegres surgem, o que nos impulsiona para continuar nossa trajetória existencial.
Consegui um trabalho voluntário e irei atender vítimas de violência. Vou desenvolver minha postura de escuta clínica e aprender cada vez mais. O contato com outras pessoas me possibilita desenvolver o que mais preciso fazer: ser um continente, acolher o indivíduo que surge diante de mim, aprender a escutar mais do que dizer algo, lidar com minhas frustrações e dar o melhor do que posso oferecer. Desenvolver com cada sujeito um novo modo-de-ser-estar e ficar.

Um comentário:

  1. Oh meu amigo que semana complexa! são tantos os sentimentos que pairam no ar e nos invadem e às vezes nos tiram o sono da madrugada. Mas é preciso ter fé (fé cega e pé atrás). Eu acredito muito no seu potencial, vc é um cara esforçado e dedicado, pessoas como vc não devem se culpar por nada, afinal vc também é humano. Não se cobre tanto, apenas continue seguindo o caminho do bem. E isso vc faz de forma plausível! te admiro muito!

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