O que aprendi durante o isolamento social ?

  Esse ano de 2020 trouxe para mim algo importante: não há nada como nosso lar. Não percebi esse mesmo fato até viver em isolamento em minha casa. Durante o ano de 2019, trabalhei intensamente e não percebi os benefícios de conviver em harmonia e proximidade com meus familiares. Percebi o quanto deveríamos valorizar nosso lar. A rotina do cotidiano nos afasta da convivência com nossa família. O lar é um ambiente de proteção, não apenas física, mas também, psicológica, convivência, tranquilidade, descanso, reflexão entre outros aspectos de nosso existir no mundo. Lar se estende para além do ambiente físico concreto, sendo reflexo da interação humana. Representa os passos iniciais de formação de nossa personalidade. Nos sentimos seguros e confortáveis em nossas casas. O lar representa uma base segura para o indivíduo. Cada elemento de nosso lar retrata o que nós somos enquanto sujeitos.

Início do Fim

O fim pode ser transformar no início de algo. Uma possibilidade de se alcançar um novo começo. Basta imaginarmos o fim como o início de novas possibilidades, de outros recomeços e de renovações em nossas vidas. Ciclos terminam em pequenas mortes e recomeçam por meio de nascimentos. Incertezas fazem parte de nossas vidas, mas o que nos torna seres humanos é a nossa vontade de superarmos obstáculos sejam quais forem surgindo. Até morrermos, passamos por diversos períodos de perdas. Pessoas morrem e ficam apenas lembranças, momentos passam e lembranças ficam. 

Vivemos um período de incertezas e de ansiedade como nunca visto anteriormente em nossa história. O surgimento de uma nova pandemia traz uma série de questionamentos. Passamos a temer por nossas próprias vidas. Um universo  de incertezas se abre diante de cada pessoa. Por um lado, temos a ciência com seu discurso racional e objetivo. Por outro, a religião, política e senso comum. Em termos políticos, autoridades governamentais se utilizam de momentos de tensão para exercerem seu poder de "manipulação social". Ao invés de exercerem o que realmente é o seu papel, não  solucionam efetivamente os problemas sociais. Há uma "guerra de posições" entre os diversos seguimentos do poder. O controle de uma epidemia deveria ser o principal objetivo de qualquer forma de governo. Sinto-me angustiado diante do que ocorre no Brasil. O aumento dos casos de COVID-19  reflete a carência de esforços para o combate desse mesmo vírus. Temos um governante despreparado para comandar um país em plena crise de saúde pública.