sábado, 30 de outubro de 2010

seca mental

Sinto-me seco, como se estivesse em um grande areal com o sol estatelante me ofuscando a vista. Sem mais água para me saciar a sede e alimento para encher a barriga que ronca, ronca e treme. Deve ser a vida que exige tanto, que me cobra. Sinto-me seco por dentro e por fora, tenho como sair desse grande areal, mas não sei se vou me manter vivo ao tentar voltar para o imenso jardim com cachoeiras imensas, águas limpidas e com aves que cantam e cantam sem terminar. Desejo sim voltar ao paraíso perdido, mas por enquanto, sinto-me fraco, pequeno e sem forças diante desse deserto que me assola. Mas um pensamento me ronda a mente: se posso ser diferente, então por que não sair desse deserto rude, cheio de espinhos cortantes de cactos duros. Se acredito em Deus, posso ter apenas uma certeza: de que vou sair desse deserto e chegar onde puder próximo do imenso jardim. Esperança tenhos, mas força e vontade ainda me faltam. Mas a cada passo saio do imenso deserto e do areal com cactos espinhosos. Endureci, embruteci e me fechei, mas sgora tenho a minha frente um caminho de volta a meu paraíso perdido.
Acredito em cada passo diante da vastidão. Vejo as pessoas a meu lado me trazendo força e esperança. Me levanto e volto para trás com a certeza de que encontrarei novamente meu por-seguro e meu chão. Enfim, meu jardim.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sentimentos vivenciados por mim nesses dias:

Nesta semana consegui entrar em contato com vários sentimentos. São tantos, mas posso descrever apenas alguns. Diante da impossibilidade de poder ajudar meu irmão e minha mãe na melhora de seu adoecimento, senti-me impotente e culpado, além de medo de perder pessoas tão importantes para minha, meu existir e meu ser. Foi uma semana atribulada, repleta de acontecimentos que transcenderam o meu controle. A onipotência anterior foi substituída por um movimento de potencia, mas que nesses dias, se confundiu com a impotência, pois os fatos ocorridos não dependeram de meu controle onipotente diante dos fatos de minha vida.
Surpresa foi quando recebi um amigo que me presenteou um livro. Surpresa foi ver que nem todas as pessoas precisam necessariamente estar presentes no momento que eu gostaria que estivessem a meu lado. Angústia sinto diversas vezes, mas apesar de sentir essa mesma angústia, não há como definir especificamente um momento de angústia em que eu vivenciei. Raiva senti diversas vezes, mas procurei entender que a raiva não me leva a lugar algum, pois é um sentimento relativo. Pode-se sentir que foi traído por ex-colega por ele não ter comparecido a minha comemoração de aniversário, mas depois a raiva se dissipa, desaparece e deixar lugar a uma satisfação, a um sentido para mim.
Desconfiei da fidelidade de meus ex-colegas quando não foram comemorar comigo uma data importante.
Mas o mais interessante é que foi possível receber felicitações por parte de pessoas que não haviam comparecido, mas outro fato diz respeito a visita de um amigo meu e de parentes. A raiva foi relativa, pois eu voltei a ficar feliz e alegre novamente, o relativismo desse sentimento fora mais bem identificado e percebido nesses dias. A culpa foi forte durante certos períodos, mas os eventos ocorridos não dependeram de meu controle, então qual o motivo de me culpar? O que eu poderia ter feito era ter pensado um pouco mais nas necessidades de meus familiares não teria ocorrido tanto pesar, desgosto e a presença da culpa, da vergonha com relação aos outros, em especial minha mãe e meu irmão. Todo e qualquer sentimento que invade meu ser pode-se identificado em outras pessoas, somos todos sujeitos que não podem negar sua faceta afetiva, seus sentimentos e quaisquer manifestações do ser-humano. Não valorizei o que realmente deveria valorizar, as pessoas mais próximas de mim.
A felicidade surge menos se espera. Peguei meu diploma universitário e fui buscar minha carteira de psicólogo. Senti que mais uma etapa foi concluída. Posso alcançar muito mais em minha vida. Mas sair de casa rumo ao mundo do trabalho é algo importante para qualquer pessoa. Momentos alegres surgem, o que nos impulsiona para continuar nossa trajetória existencial.
Consegui um trabalho voluntário e irei atender vítimas de violência. Vou desenvolver minha postura de escuta clínica e aprender cada vez mais. O contato com outras pessoas me possibilita desenvolver o que mais preciso fazer: ser um continente, acolher o indivíduo que surge diante de mim, aprender a escutar mais do que dizer algo, lidar com minhas frustrações e dar o melhor do que posso oferecer. Desenvolver com cada sujeito um novo modo-de-ser-estar e ficar.

sábado, 23 de outubro de 2010

a liberdade de poder-ser do humano

Data: 23-10-2010.
1): Liberdade de poder-ser do humano:
Desde que nasce os ser livre e responsável por seu destino. Diante de diversas possibilidades que vêem ao humano, a cada humano somente uma possibilidade realiza o seu ser. O que torna cada ser-humano insubstituível é justamente o fato de que a vida apresenta-se como sendo irrepetível e que há um caráter único na existência de cada ser. O existir humano corresponde a poder-ser, a um ser livre e responsável e à realização de um destino, este não apenas pode ser comparado a um chão sobre o qual o ser pisa, mas um meio de alcançar a liberdade diante da existência.
Em termos de comunidade ou de agrupamentos de massa. O que se deve ter em mente é que não se vive sem um grupo em que se possa amparar, pois a constituição da existência humana depende daquilo que se estabelece em termos coletivos. Mas há muitos momentos em que estar aderido completamente a uma massa de sujeitos faz com que o ser se esqueça de sua responsabilidade diante de sua liberdade. Como ser moral, o humano entre em embate com algo que lhe é determinado, no caso o que a massa determina. A liberdade se realiza mediante um destino que é único e irrepetível para cada humano, não quer dizer que os seres-humanos são superiores, os únicos, melhores e maiores, mas que cada um realiza seu de destino como algo que lhe é único. O passado já foi consumado, mas o sujeito pode reformular sua vida buscando dar sentido ao que já ocorreu ou cair na fatalidade.
Mesmo diante da finitude, do fim de toda e qualquer existência e da proximidade da dita hora “H”, cada sujeito pode encontrar um sentido para seu existir e viver. Como é dito, a morte é o que atribui sentido à existência de cada indivíduo. As pessoas fogem de um caminho a que todos estão sujeitos, se rebela, entra em conflito e não aceitam o fim e a sua chegada, mas esquecem que sua vida é única e que cada momento da vida, cada sentido e cada existir não se repetem. O ser é ser-responsável, pois justamente estar diante da liberdade. Não há uma continuidade de sentido com a herança genética, pois o sentido é de cada pessoa, de cada situação e de cada momento. O sentido que um sujeito encontra ao cumprir determinado destino lhe único, insubstituível e termina com a morte desse mesmo sentido. Não se pode dizer que haja uma continuidade de sentido, pois aquilo que um descendente realiza um destino que lhe é próprio e não é o mesmo do antecessor de cada pessoa. Há uma crença de que o destino escapa à compreensão e ao domínio do homem. Na verdade, não há liberdade sem destino e destino sem liberdade. Os dois estão muito próximos, estando interligados.

de vendas do pré-sal a bolinhas de papel e fita-crepe na cabeça parte 3

Vamos ser honestos: tanto ricos como pobres não têm chances em um país em que a política vira palco de acusações mútuas e “pseudo-soluções” de interesses. Apesar de uma pessoa com deficiência de classe social mais baixa ter acesso, transporte e uma aposentadoria que lhe possibilitar “sobreviver” e de poucos terem melhores condições financeiras para se manter mesmo com a deficiência, todos perderam a perspectiva de democracia. Não é a questão financeira que deveria distinguir as pessoas, mas o direito de escolha, de ter o que necessita, precisa e anseia é que deve estar em jogo nessas eleições. Todos somos cidadãos de direito, mas uns ficam “reclamando da vida” e outros “consumindo exageradamente”, ao invés de pensarmos no econômico devemos pensar no que deveria realmente estar em jogo em termos democráticos.
Não é uma simples solução para o “grave conflito” político de nosso país. Posso ter melhores condições financeiras, mas como faço para trabalhar, ir a uma instituição prestar um serviço e sair de minha residência quando meu carro adaptado passa por reparos? Posso tentar sair de minha casa, de minha proteção ilusória e andar pelas ladeiras de meu bairro. “De nada adianta explicar minhas dificuldades, minhas angústias, pois sou tido com “elite desse país”

de vendas do pré-sal a bolinhas de papel e fita-crepe na cabeça parte 2

O interesse de ambos os políticos que estão concorrendo à presidência do Brasil é estar diante do poder e encerrar uma carreira de títulos políticos justamente no comando de uma nação, de um Estado que já foi alvo de diversas tentativas de roubo de dinheiro público, de escândalos e de tantos atos sem moral, valor e dignidade perante aos cidadãos brasileiros. “O pior dessa estória toda” é que ambos os políticos se acusam mutuamente sem que haja consenso e uma disputa de igual para igual. É ridículo saber que ainda há compra e venda de votos em nosso país e que ainda há pensamentos sobre tendências comunistas por parte de políticos. Psicologicamente, eu me sinto frustrado, angustiado e sem o que fazer diante de “tanto falatório”, de saber que meu pai confiou durante tantos anos em um partido e de ter morrido com a tristeza de não termos mais esperança política e democrática. Além disso, me sinto isolado, desprotegido e sozinho, pois não me foi possibilitada uma vida melhor em termos de políticas inclusivas que deveriam ser realizadas na prática.

de vendas do pré-sal a bolinhas de papel e fita-crepe na cabeça

O Brasil está passando pelo período da dita "maior festa democrática", ou seja, pelo momento em que os eleitores são bombardeados por números de chamadas de deputados, governadores e outras figuras como "tiriricas da vida". O que fazemos diante de dois políticos que se acusam? Um tucano que se vê diante de uma bola de papel e de uma fita adesiva na cabeça e uma petista que acusa o outro lado de "vendedor de pré-sais da vida para estrangeiros". A nossa democracia se encontra diante de um dilema: em quem acreditar, em qual dos dois jogar fora ou não seu voto. A candidata do PT pretende continuar oferecendo bolsas-família e casas, esgoto e possibilidade de mudar um pouco o seu padrão de vida. O tucano acusa a primeira pelos mensalões e desastres políticos, mas também abandonou cargos políticos, cometeu atos ilícitos e governou apenas São Paulo.
Uma coisa eu sei: o que fizeram por nós, pessoas com deficiência e por outros tantos que precisam de equipamentos motorizados, auditivos, eletrônicos e tantos outros facilitadores da vida e sobrevivência?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O que me aconteceu

O que aconteceu comigo?
Será que me perdi em mim mesmo?
Será que me encontrei em mim mesmo?
O que aconteceu comigo?
Tanto sofrimento, tanta angústia
Tanto pesar, tanta tristeza
O que aconteceu comigo?
Sinto o tempo cronológico me derrubando, mas me transcendo no tempo de minha existência.
Afinal o que aconteceu?
Será que estou ficando mais velho?
Será que estou voltando a ficar mais novo?
Sinto a vida me levando e o tempo me consumindo, afinal sou um humano, um adulto, um Homem.
Não mudei por apenas acreditar em manter o que sempre acreditei, o que acreditava ser o melhor, o mais seguro modo-de-ser.
E a base em que me mantive até agora?
Como faço para sair desse conflito que me assola?
Estou me transformando, estou me modificando, estou me revelando
Para que tudo isso?
A vida, a existência e minha efêmera passagem por esse mundo dependem de minha mudança, de meu transformar e de meu desabrochar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

relacionamentos

Quero compartilhar uma tristeza com vocês
ando discutindo bastante com minha mãe esses dias
sei que os motivos são "bestas", "sem cabimento" e com falta de razão
mas algo eu sei: não quero continuar assim, bastaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!
preciso melhorar de alguma forma, pois preciso de minha mãe mais do que nunca, principalmente por ter perdido meu pai ano passado
sinto-me péssimo por deixar meu irmão e minha mãe tão descontentes, tristes e sem paciência comigo
Acredito ser uma boa pessoa, que pode mudar o rumo de sua própria vida, mas para isso basta pequenas ações minhas. Desejo sim trazer uma vida melhor para mim e para minha família, mas deslizei nesse momento apenas por ter teimado com minha mãe, pois preciso reconhecer seus sentimento, me por no lugar dela, trocar meus olhos com os dela, me ver como ela me veria e vice-versa.
Preciso de respostas, mas também de paciência para entender o ponto de vista de minha mãe.