quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Vícios Humanos

   Os vícios do cotidiano são difíceis de evitarmos. Não apenas por nos seduzirem, mas também por exercerem certo poder em relação a nossa vida. A influência que os vícios exercem em nossa vida é maior do que podemos imaginar. Em uma sociedade de vazio e falta de perspectiva, as pessoas buscam os prazeres imediatos como forma de preencher as lacunas que vêm sendo deixadas. Ao invés de nos preocuparmos com o meio de alcançarmos um sentido para nosso existir, desejamos obter o fim da busca por esse mesmo sentido. Os vícios em si mesmos nos oferece um conforto imediato, sendo apenas paliativos para a nossa sensação de incompletude. 
   O vazio ainda persiste e continuamos a sentir certa angústia. Viktor Frankl nos explica que a excessiva preocupação com o fim na busca por um sentido impossibilita a utilização dos meios necessários para que o sentido seja alcançado, ou seja, a busca de prazer em si mesmo nos impossibilita de utilizarmos da melhor forma possível nossos recursos necessários para alcançarmos o sentido de nosso viver. 
  Em termos práticos, podemos exemplificar os conflitos amorosos atuais. Ao invés de nos relacionarmos amorosamente com nossos companheiros ou companheiras, desejamos a excitação física imediata. Como consequência, surgem as disfunções sexuais comuns e outros problemas físicos, psicológicos e comportamentais. O mesmo ocorre com a busca imediata por conforto alimentar, uso de drogas, excesso de consumo de bebidas alcoólicas  em que a preocupação com as possíveis consequências adversas em termos de saúde  não são vislumbradas de imediato. 
     Os vícios humanos se relacionam de forma ambígua com os padrões estéticos da sociedade de consumo. Desejamos um "corpo perfeito, sarado e esteticamente perfeito", mas, ao mesmo tempo, não queremos abrir mão de nossos vícios alimentares. 

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